2020: fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2019: jan . fev . abr . jun . ago . set . out . nov

2018: jan . fev . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2017: jan . mar . abr . jun . ago . set . nov . dez

2016: jan . fev . mar . abr . jun . jul . out . nov . dez

2015: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2014: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . dez

2013: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2012: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2011: jan . fev . mar . abr . mai . ago . set . out . nov . dez

2010: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2009: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2008: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2007: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2006: fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez






Coragem e faro de grande repórter

Jéssica Paula é uma jornalista brasiliense (goiana, na verdade, mas formada na UnB) de apenas 24 anos e um espírito de repórter raro. Aos 22, usando muletas (teve poliomielite), ela foi parar na África, em países em guerra, pobres, violentos e com focos de doenças, para registrar a situação dos refugiados da região. Tudo isso sozinha, sem recursos, financiamentos ou qualquer tipo de suporte. O apoio que obteve foi conquistado pela força de seus ideais. O resultado ela conta no livro "Estamos aqui: histórias das vítimas de conflitos no Leste Africano" (Editora Schoba), que acabo de ler.

Sem preocupação com requintes de texto ou de fotos, Jéssica Paula relata em imagens e palavras histórias de personagens e locais dos quais nunca ouviríamos falar se dependesse da mídia convencional. Não estão nas manchetes de nenhum jornal de papel ou de TV os depoimentos de gente pobre, moradores de vilas devastadas por milícias em guerras insanas, das quais pouca coisa, pouca gente sobrevive. Mas Jéssica tem olhos e ouvidos para eles e nos traz fugitivos, jovens perdidos da família, mulheres que aprenderam a ser enfermeiras e parteiras após terem sido escravizadas, campos de refugiados onde a esperança se equilibra entre sonhos e pesadelos.

"Estamos aqui" é um livro forte e bonito, tocante, necessário. Em tempos em que jornalistas abrem mão de seu compromisso com a verdade e com a investigação, é reconfortante descobrir uma jovem repórter comprometida com o planeta, a gente e o futuro, e que não usa suas limitações pessoais como desculpa para se acomodar.

Parabéns, Jéssica, pelo trabalho maravilhoso!

Clara Arreguy, quarta-feira, novembro 25, 2015. 0 comentário(s).

______________________________________________________