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Fernandinha e o universo do teatro

eBook A glória e seu cortejo de horrores

Já tinha lido da Fernanda Torres o surpreendente "Fim", em que ela conta a história da morte de um grupo de velhos amigos (literalmente, a morte de cada um deles) de uma forma tão interessante que houve más línguas a duvidar da sua autoria. Maldades e injustiças à parte, volta agora a atriz com novo romance, novamente com incrível domínio narrativo e controle sobre o tema em questão.

"A glória e seu cortejo de horrores" (Companhia das Letras) mergulha de forma profunda no universo do teatro. Claro que, para tal, facilita o fato de a autora ser filha da maior atriz brasileira de todos os tempos (Fernanda Montenegro), de um grande ator e produtor cultural (Fernando Torres), e ela mesma, Fernandinha, um dos grandes nomes da cena nacional e internacional, premiada desde a estreia em festivais pelo mundo.

Fernanda Torres, escritora com todos os méritos, conhece de dentro o universo em questão. E constrói a história de um ator que corre paralela à cultura brasileira da segunda metade do século XX. O protagonista, Mário Cardoso, começou no CPC da UNE, fez teatro engajado nas ligas camponesas, desbundou com a geração "Hair", caminhou na vanguarda, chegou à televisão, foi galã de novela, sucesso de público e crítica, até se aventurar num Shakespeare mal-sucedido que conduz à sua derrocada e aos "horrores" do título (frase lapidar de Fernandona, que Fernandinha aproveitou), dívidas, participação em novela bíblica, anúncio de papel higiênico...

O romance é engraçado e triste, dolorido e cheio de história do Brasil, bem escrito, uma delícia de ler sem perder o fôlego.

Ah, by the way, #EuLeioMulheresVivas


Clara Arreguy, quinta-feira, junho 14, 2018. 0 comentário(s).

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Paixão pela Tijuca e pelo América

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Sou assinante do Ultrajano, plataforma independente de jornalistas que tratam de esportes, mas também de política e direitos humanos. Ou seja, gente de esquerda, como eu, que defende o bom jornalismo e gosta de futebol. Quem comanda tudo é o José Trajano, que foi durante anos da ESPN. Um de seus parceiros é o meu primo Cláudio Arreguy, uma das melhores cabeças nessa área (e em todas as outras, claro!).

Como brinde pela colaboração financeira com o projeto (contribuam, amigos, eles precisam se viabilizar!), ganhei o livro "Tijucamérica", do próprio Trajano, um romance amalucado, do outro mundo, ou "chanchada fantasmagórica". Nele o autor aproveita sua dupla paixão pelo bairro carioca onde cresceu e pelo clube que ama para prestar uma homenagem ao futebol, que se tornou também seu ganha-pão como jornalista.

Desanimado com o triste destino do América do Rio, que não ganha mais nada nem sequer disputa torneios importantes, o narrador convoca todas as forças do além, pais de santo, milagreiros e videntes, para ressuscitar os maiores craques do passado, além de técnicos e dirigentes, na empresa de reviver os áureos tempos e enfrentar de igual para igual os rivais do Campeonato Carioca. Assim, aos trancos e barrancos, eles montam uma esquadra vencedora como as que fizeram a história de glórias do clube rubro.

Nessa viagem no tempo e na imaginação, Trajano celebra um dos bairros mais diferentes do Rio, entre a zona norte e a zona sul, de onde saíram feras do esporte, da música (vide Tim Maia, Erasmo Carlos e tantos outros), além de torcedores ilustres do América, de Villa-Lobos a Lamartine Babo, de vedetes do teatro rebolado a poetas e escritores.

Ao lado da história de personagens do lugar e do clube, vêm lances espetaculares de jogos imaginários em que o Ameriquinha bate um a um os adversários, ao grito de guerra "sangueeeeee", enquanto enfrenta a ira dos que criticam o time de mortos-vivos. Um deles, um tal de Miranda, vascaíno, sempre a trapacear... O romance é uma delícia, principalmente pra quem ama o esporte e vê nele a cultura de um povo, um jeito de ser e de estar no mundo.

Beijos!

Clara Arreguy, sexta-feira, junho 01, 2018. 0 comentário(s).

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