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Bonito, importante... e tédio


Por mais que a crítica especializada incense "Era uma vez em Nova York", de James Gray, o que vi foi um filme importante e bonito, mas que me cansou. Achei o ritmo entediante; a sucessão de malsucedidos que transformam a vida da protagonista um inferno não tem fim e não sustenta a empatia com a dor dela.

Por mais que Marion Cotillard (foto) seja um espetáculo e justifique, sozinha, todo o filme. Linda e uma atriz espetacular.

Bonito pela ambientação nos Estados Unidos dos anos 1920, com uma Nova York glamourosa mesmo na quebradeira. Pela moda atraente que envolvia aquelas mulheres. Triste e importante por retratar a exploração sexual de uma mulher feita escrava de um homem e de um sistema perversos. Denúncia, sofrimento, interpretações... e um filme chato. Cansei.

Beijos!

Clara Arreguy, sexta-feira, setembro 26, 2014. 0 comentário(s).

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Capacidade cerebral e comunhão com o cosmos



Meu sobrinho Hugo, companheiro de filmes de ação e ficção e conselheiro para assuntos científicos (junto com o Bê, claro), me explicou que as premissas do filme "Lucy", de Luc Besson, estão erradas. Não usamos apenas 10% da nossa capacidade cerebral, como se costuma dizer. Usamos 10% de cada vez. Isso quer dizer que, a cada tipo de atividade, exercitamos uma porção do cérebro.

No filme, a partir de uma droga injetada lentamente em seu organismo (a droga foi colocada dentro de seu abdômen por traficantes que a sequestraram, o pacote estourou e o troço começou a vazar), a Lucy do título (Scarlett Johansson, foto) vai aumentando sua capacidade cerebral. De força física e esperteza, ela passa a possuir superpoderes, como leitura da mente, controle da energia, interferência em objetos etc. etc.

O Hugo me explicou que, se a gente pudesse usar mais que 10% da capacidade cerebral, o máximo que iria acontecer seria conseguir, ao mesmo tempo, escrever um poema, decifrar uma equação complexa, tocar piano e montar um cubo mágico. Mais ou menos por aí.

No filme, Lucy vai ficando superpoderosa e conta com os conhecimentos de um cientista, Morgan Freeman, para ver o que faz com aquilo, numa viagem lisérgica de comunhão com o cosmos. Enquanto isso, a quadrilha internacional tenta pegá-la, ela foge, luta, protagoniza uma interessante fita de ficção e ação. Gostei, apesar das ressalvas do Hugo.

Beijos!

Clara Arreguy, quinta-feira, setembro 25, 2014. 1 comentário(s).

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O desafio de ser escritor


Quem se propõe a ser escritor, como é o meu caso, encontra em obras como "A Maleta do Meu Pai", de Orhan Pamuk, luzes e fortes motivos para reflexão. No livrinho, de pequeno formato e poucas páginas (Companhia das Letras), o escritor turco reúne três palestras proferidas ao receber prêmios internacionais. O mais importante deles, o Nobel de 2006.

As palestras discorrem sobre a arte da escrita, o ato de escrever, o sonho de ser escritor, os medos, desejos e prazeres de quem se obriga a sentar-se horas a fio, todos os dias, à sua mesa, em busca do romance, do mundo inventado ou recriado pela memória e pelo sonho. A história de vida de Pamuk, sua relação com o pai, com a arte, com a angústia, tudo isso compõe uma realidade que todos vivemos e à qual cada um reage à sua maneira.

Ele, com paixão pelo que faz. Se passou a infância e adolescência almejando tornar-se pintor, escolheu, aos 22 anos, a literatura. Dela faz seu remédio contra o tédio, contra a vida real, contra o fantasma que se torna sempre que não está em contato com ela. Ler e escrever bons livros, essa é sua missão. Uma missão que gente como eu abraça e faz dela seu desafio. Exemplo a ser adotado, com humildade, certamente.

Outra característica de Pamuk que me apaixona é ser um homem político, um cidadão que pensa e discute sua Turquia nas inflexões de um tempo de mudança. Os turcos se dividem entre pretender fazer parte da União Europeia, num esforço de paz e entendimento, ou radicalizar um estado islâmico fechado, em rompimento com uma democracia mais profunda e radical.

Além disso, Pamuk também ataca a opressão e repressão sobre os curdos, denuncia o massacre de armênios um século atrás - tema tabu em seu país - e foi até processado pelo Estado, devido a esse tipo de posicionamento político. Uma postura cidadã e consciente, que faz valer ainda mais toda a sua qualidade de grande escritor.

Beijão!

Clara Arreguy, sexta-feira, setembro 12, 2014. 0 comentário(s).

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A cidade, o sapato, a memória

Por motivo de viagens - particulares e a trabalho -, ando muito em falta com meu blog. Faltou comentar o filme "Guardiões da Galáxia", uma produção Marvel mais interessante para fãs do que para quem nem sequer conhece os personagens envolvidos. Faltou comentar alguns livros que li nesse meio tempo, mas vou adiantar apenas um.

Estive em Santa Maria (RS) para participar do lançamento do livro "Ao Pé da Letra", uma produção da Fundação Eny que reúne textos de autores santa-marienses ou que moraram por lá. As Casas Eny são uma tradicional sapataria da cidade, que acaba de completar 90 anos e que promove um concurso literário. O livro reúne os três vencedores, mais as menções honrosas e convidados que já não moram por lá. Entre eles, o Paulo de Araújo.

Na temática dos textos, entre crônicas e contos, estão as memórias de Santa Maria, a história da cidade, lembranças ligadas à loja, aos calçados, ou não... O resultado é um conjunto tocante, com algumas obras realmente belas. O vencedor do concurso, Sérgio Sardi Mergen, com "Um sapato de distância", emocionou no lançamento, ao ler sua história protagonizada pelo pai, numa relação tumultuada com o filho e mediada por um sapato. Dele, há outra ótima narrativa no livro.

Outros textos são belos. O do Paulo, que também tem na figura paterna o protagonista, os de Dilan Camargo, Marcelo Canellas, Tailor Diniz, Priscila da Silva Campos e tantos autores, mais ou menos consagrados, fazem da leitura de "Ao Pé da Letra" um bom momento de prazer. Esse tipo de iniciativa, além do mais, nos remete ao passado em nossas próprias cidades, com as lembranças formadoras da emoção de cada um.

Beijos!

Clara Arreguy, quarta-feira, setembro 10, 2014. 1 comentário(s).

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