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Medos, sustos e lutos

Foto: Paulo de Araújo

Esses dias foram de tristeza e apreensão. No sábado, fiquei sabendo da morte do Marcelinho Rios, um bom amigo, jornalista sério e competente, amigo alegre e divertido, um companheirão. Em meio à tristeza, me avisam que meu querido amigo Du sofreu um enfarte e estava no CTI. Preocupadíssima com seu estado de saúde, me tranquilizei um pouco ao conseguir falar com ele, domingo e segunda, e ouvir sua voz animada e disposta a lutar pela vida.

Ainda na segunda, foi a vez de prantear Armando Nogueira, um profissional tão importante para a história recente do Brasil no jornalismo quanto nas letras. Amante da informação correta, da ética, de artes como o futebol, das palavras justas e belas, Armando Nogueira mudou a face da imprensa nacional e da crônica esportiva.

Pessoalmente, tive uma experiência gratificante com ele, que me recebeu em seu programa (foto) no SporTV, em 2005, quando eu lancei meu Segunda divisão. Foi atencioso, curioso, delicado, respeitoso, me tratou como a uma igual, sem me conhecer, e dedicou (pra mim honrosos) elogios ao meu romance.

Vai fazer falta, o pássaro poeta.


Beijos!

Clara Arreguy, terça-feira, março 30, 2010. 0 comentário(s).

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À moda de Mad Max

Foto: Divulgação

Fiquei devendo aqui o comentário sobre O livro de Eli, em que Denzel Washington dá uma de Mad Max e, 30 anos depois da hecatombe universal, vaga pela América lendo e defendendo um livro. Claro, trata-se da Bíblia. E, como a civilização se desfez pela guerra, e como os livros foram exterminados, e como não há ordem, Gary Oldman, que lidera gangues de estupradores em torno de uma cidadela, vai atrás do andarilho misterioso para tentar capturar o livro que, segundo ele, lhe dará o poder de controlar as pessoas.

Embora seja tudo meio bíblico demais, o filme tem um clima interessante. Na cena inicial, logo após a caçada de um gato que serve de jantar ao protagonista, a música How can you mend a broken heart propicia uma boa nostalgia. O road movie apocalíptico não agrada a todos, mas aos fãs de ficção futurista oferece seus agrados.


Beijus!

Clara Arreguy, domingo, março 28, 2010. 0 comentário(s).

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Para os Zés

Esses dias apertou a saudade do Zenriques, que ontem completaria 61 anos (vida curta e intensa, com apenas 51 completados) e do Zezinho (que morreu na mesma idade que o Zenriques, dois anos depois). Publico então, para os Zés, a letra de uma balada de outro Zé, o Rodrix, que se foi no ano passado. É Jesus numa moto.

Preso nesta cela
De ossos, carne e sangue,
Dando ordens a quem não sabe,
Obedecendo a quem tem,
Só espero a hora,
Nem que o mundo estanque,
Pra me aproveitar do conforto,
De não ser mais ninguém.

Eu vou virar a própria mesa,
Quero uivar numa nova alcateia,
Vou meter um Marlon Brando nas ideias
E sair por aí,
Pra ser Jesus numa moto,
Che Guevara dos acostamentos,
Bob Dylan numa antiga foto,
Cassius Clay antes dos tratamentos,
John Lennon de outras estradas,
Easy rider, dúvida e eclipse,
São Tomé das Letras apagadas,
E arcanjo Gabriel sem apocalipse.

Nada no passado,
Tudo no futuro,
Espalhando o que já está morto
Pro que é vivo crescer
Sob a luz da lua,
Mesmo com sol claro,
Não importa o preço que eu pague,
O meu negócio é viver

Eu vou virar a própria mesa,
Quero uivar numa nova alcateia,
Vou meter um Marlon Brando nas ideias
E sair por aí,
Pra ser Jesus numa moto,
Che Guevara dos acostamentos,
Bob Dylan numa antiga foto,
Cassius Clay antes dos tratamentos,
John Lennon de outras estradas,
Easy rider, dúvida e eclipse,
São Tomé das Letras apagadas,
E arcanjo Gabriel sem apocalipse...

Clara Arreguy, quarta-feira, março 24, 2010. 0 comentário(s).

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Scorsese novo, filmaço novo

Foto: Divulgação

E se tem filme novo de Martin Scorsese em cartaz, é sinal de que tem filmaço. A ilha do medo traz um tipo de suspense que dá medo não pelo terror, mas pelo aspecto psicológico da trama. Um agente investiga uma clínica psquiátrica numa ilha cercada de tempestades e loucos, onde realidade e delírio se confundem e ninguém é amigo de ninguém.

Leonardo DiCaprio protagoniza o thriller, ao lado de Mark Ruffalo, Ben Kingsley e até Max von Sydow - ou seja, elenco estelar. Que ritmo alucinante! E não é dado por correria externa ou brigalhada, mas pelos descaminhos que a mente do protagonista percorre. Muito muito bom. Vale conferir.


Beijos!

Clara Arreguy, segunda-feira, março 22, 2010. 1 comentário(s).

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Tensão em Bagdá

Foto: Divulgação
Para mostrar como não é fácil o filme Guerra ao terror, de Kathryn Bigelow, ganhador do Oscar nas principais características, basta verificar que, uma semana antes do prêmio, ele nem estava em cartaz em Brasília. Tinha entrado e saído rapidinho do circuito. Mas voltou, claro. E só então pude vê-lo. Que filme bom! Não apenas pelo tratamento da questão da guerra que os norte-americanos empreendem no Iraque desde a derrubada de Saddam Hussein, mas pelo mergulho na alma humana, com suas grandezas e fraquezas, reveladas quando as pessoas se expõem aos próprios limites.

As interpretações são marcantes, assim como a fotografia, a montagem, o ritmo, tudo. Cinema como deve ser - no meu humilde entendimento.


Beijos!

Clara Arreguy, segunda-feira, março 22, 2010. 0 comentário(s).

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Lençol e balde

Foto: Paulo de Araújo

O saxofonista Leo Gandelman, que está tocando esta semana no Clube do Choro, disse que, quando recebeu do presidente da casa, Reco do Bandolim, o convite para tocar na série em homenagem aos 50 anos de Brasília, foi avisado que o repertório teria somente choro. "Preparei lençol e balde e vim", disse o bem-humorado músico.

O show dele na quarta-feira, ao lado do grupo brasiliense Choro Livre, foi uma delícia. Embora nunca tivessem tocado juntos, eles mostraram a bossa e a experiência de grandes artistas - isso embora a banda de apoio seja formada por jovens da capital, com pouca estrada, mas muito talento.

No repertório, Pixinguinha, Cartola, Radamés Gnatalli, Waldir Azevedo e tantos outros expoentes do gênero mais brasileiro. Um dos momentos altos foi Noites cariocas, de Jacob do Bandolim, com a participação do próprio Reco (na foto, com Leo Gandelman).

O Clube do Choro, assim, começa o ano com fôlego, numa das poucas iniciativas já em curso de comemoração cultural à altura do cinquentenário de Brasília.

Nas próximas semanas, tem Marcel Powell, Zé da Velha e Silvério Pontes, entre outros...


Beijocas!

Clara Arreguy, quinta-feira, março 18, 2010. 0 comentário(s).

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Ainda Muriaé

Estivemos em Muriaé para a missa de sétimo dia da minha Tia Lola, que morreu de dengue aos 97 anos. Foi tristinho, mas foi bom rever a parte muriaeense da família. E resgatar algumas coisas importantes lá, como uma cadernetinha do Tio Anibal e um livro sobre a cidade.
O que ficou - Os 178 anos da história de Muriaé, de Maria Auxiliadora de Faria, foi lançado em 1995 e traz importantes informações sobre a pré-história do município, como o pouco que se sabe dos índios puris, que habitavam a região antes da chegada do colonizador branco.
Ainda que carente de edição e de mais dados, o livro é informativo, trazendo explicações para fatos que a gente desconhecia e algumas poucas fotos.

Beijos!

Clara Arreguy, quinta-feira, março 18, 2010. 2 comentário(s).

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A alegria de ver Minas

Morte na família me levou a Muriaé depois de três anos e meio. A última vez havia sido ainda com Papai vivo. Seis horas de carro de Belo Horizonte a Muriaé, passando pelo caminho mais curto - Ouro Preto, Mariana, Ponte Nova, Viçosa, Ervália, Muriaé.
Como rever as paisagens de Minas faz bem às retinas cansadas. Mesmo após namoro e paixão com cerrado e planalto, nada como as montanhas, as curvas dos rios e os verdejante da mata para matar a saudade de uma paisagem que conforta e alegra, que ajuda a assentar no peito o coração cansado de disparar.
Renovada, volto à rotina plana do horizonte aberto. Com a lembrança calorosa do calor muriaeense, do ar quente envolvente e confortante. E suarente, como não?

Clara Arreguy, segunda-feira, março 15, 2010. 0 comentário(s).

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Um Oscar merecido?

Foto: Divulgação

Fui conferir o trabalho que deu o Oscar de melhor ator a Jeff Bridges, Coração louco, e fiquei na dúvida sobre o merecimento dele. Ok, o desempenho do ator como o cantor de country rock alcoólatra e largadão é muito bom, mas seria melhor que o de Morgan Freeman como Mandela? Sei não...

Bom, de qualquer maneira, Jeff Bridges enche os olhos pela composição de Bad Blake, o roqueiro caidaço que acaba se envolvendo com uma mulher doce (a dulcíssima Maggie Gyllenhaal, irmã do também ótimo Jake Gyllenhaal) e deixando sua vida de "sem destino" se atravessar de novo pelo amor.

No filme, a mensagem edificante do alcoólatra em busca da sobriedade soaria chata se não ficasse para bem depois das muitas aprontações de Bad. Não há excessos nem lições moralistas. A decadência faz parte da realidade de quem se entrega ao vício, e negar o fato é que seria distorcer.

O melhor, mesmo, no fim das contas, é a música. A arte é como o amor: por meio dela a vida sobrevive, a superação é possível. Ao som da poesia verdadeira, cantada e tocada com a alma.

Beijos!

Clara Arreguy, quinta-feira, março 11, 2010. 0 comentário(s).

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Monstro maníaco pavoroso

F0to: Divulgação

Com a rapidez de todos os leitores do livro, terminei no quarto dia a leitura de Grau 26 - A origem, de Anthony E. Zuiker e Duane Swierczynski. Trata-se de um tipo de produto novo, o romance digital, que casa livro, filme e site na internet. Criado pelos autores da série CSI, o livro narra a disputa entre o criminoso mais maligno que se possa imaginar, Skweegel, e o único policial apto a persegui-lo até o fim, Dark, que se torna alvo preferencial do monstro e, consigo, sua mulher grávida e o bebê a nascer também.

Não há limites para a maldade do vilão, o que faz da leitura das mais de 400 páginas um desafio a vencer velozmente, evitando as horas mortas da madrugada. Skweegel é terrível, dá medo mesmo.

Não consegui entrar no site, é daqueles que perguntam e exigem tanta coisa pra cadastrar que, na terceira tentativa, desisti. Além do mais, querem te obrigar a fazer parte de um grupo de seguidores, o que não me interessa. Queria apenas acessar os tópicos que o livro te vende: digite http://www.grau26.com.br/ e a senha "assassinato" e veja tal vídeo. Não é bem assim.

Fico então apenas com o livro, mesmo, e com o treiler no YouTube. Quem for mais tecnológico que eu que vá. Valeu o suspense e a criação de um grau de maldade e frieza acima de tudo que se conhece.

Beijos!

Clara Arreguy, segunda-feira, março 08, 2010. 0 comentário(s).

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Sessão da tarde romantiquinha

Foto: Divulgação

Comédias românticas tendem a ser sempre parecidas. Nos Estados Unidos, o Dia dos Namorados parece ter mais peso do que por aqui. Daí que Idas e vindas do amor, tradução de Valentine's Day, de Garry Marshall não desperta tanto interesse assim. O cruzamento de diversas histórias em torno de encontros e desencontros de casais naquela data resulta em historinhas mais ou menos, umas mais, outras menos. O condutor do enredo é o dono de uma loja de flores que amanhece o tal dia pedindo a namorada em casamento (outro ritual muito caro aos americanos) e termina a noite nos braços da melhor amiga, após a decepção que ela sofre ao longo da tarde.

Outros núcleos são mais interessantes pelos trabalhos isolados de um elenco estelar: Shirley MacLaine e Hector Elizondo, no papel do casal da terceira idade, Julia Roberts praticamente muda no avião, Anne Hathaway como a profissional do telessexo, o craque que sai do armário... O melhor, no entanto, é o menino Bryce Robinson às voltas com a saudade da mãe e o primeiro amor.


Beijocas!

Clara Arreguy, quarta-feira, março 03, 2010. 0 comentário(s).

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Romance no ar

Foto: Paulo de Araújo
Outro espetáculo maravilhoso que vimos em Brasília, no Teatro Plínio Marcos da Funarte, também a preços baixos, foi o trabalho de dança e técnica circense do grupo Traços Aéreos, daqui mesmo do DF. Tecendo fios d'éter é uma coreografia encenada a dois por Dani Oliveira e Daniel Lacourt em movimentos que exploram tanto a horizontalidade quanto a verticalidade. Eles dançam e dialogam com o corpo, usando técnicas como os panos e cordas pendurados, sobre os quais sobem (e descem), além de água e trapézio, mas com expressividade dramática, não apenas explorando a técnica pela técnica.

Falando assim é difícil de entender. Digamos que eles encenam coreograficamente todas as fases de uma relação a dois, tendo o suporte do corpo e do espaço como discurso e sintaxe. Sobretudo, é lindo. Eles têm corpos e rostos expressivos, fortes e senhores do equilíbrio. O trabalho impressiona e emociona em doses iguais. Só vendo.


Confira uma das fotos que o Paulo de Araújo fez.


Beijins!

Clara Arreguy, quarta-feira, março 03, 2010. 0 comentário(s).

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Rumo ao Oscar

Foto: Divulgação

Tenho visto alguns dos filmes candidatos ao Oscar, mas sem a preocupação de checar todos, um por um. Mas o que vi no fim de semana, o argentino O segredo dos seus olhos, me pareceu forte candidato, embora eu não tenha assistido a nenhum outro na mesma categoria. É porque o filme é bom mesmo. Dirigido por Juan José Campanella, traz à frente do elenco Ricardo Darín, o mesmo de O filho da noiva. Um ator que, sozinho, já teria força para conduzir uma trama. Só que O segredo dos seus olhos é bem mais que apenas um excelente ator.

Tem de tudo: uma trama complexa sem ser obscura, mescla de suspense, policial e romance. Um enredo bem urdido e conduzido. Um elenco belo e de interpretações sensíveis - além de Darín, Soledad Villamil (foto), Pablo Rago e Guillermo Francella podem ser destacados.

A história do agente judiciário aposentado que decide escrever um livro sobre um crime acontecido 25 anos antes serve como pano de fundo para discussões sobre a paixão em todos os sentidos e em nenhum deles reside uma verdade fechada. Campanella, Darín e os outros nos conduzem por questionamentos que dificilmente se resolvem ao fim da projeção.


Beijos!

Clara Arreguy, segunda-feira, março 01, 2010. 0 comentário(s).

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