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Donato 75 anos

E, pra não perder o embalo, quarta-feira teve Clube do Choro com João Donato (que festeja seus 75 anos, 60 deles de música), Robertinho Silva (bateria) e Luisão Alves (baixo) - os dois grandes instrumentistas dos tempos da minha adolescência, do Som Imaginário.
Showzaço do pianista e compositor talentoso, virtuoso e simpático como poucos. Casa lotada, repertório delicioso, uns dois ou três números com participação especial do grupo Choro Livre, formado por músicos de Brasília, o único senão foi o esquecimento, por parte de Donato, de que o homenageado da temporada é Dorival Caymmi. Já nos bis, depois de meia-noite, lembrado por alguém da plateia (euzinha), ele tocou apenas uma faixa do baiano genial. Isso não fez do show menos ótimo do que foi. Só que poderia ter sido ainda melhor.

E beijos!

Clara Arreguy, quinta-feira, outubro 29, 2009. 0 comentário(s).

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O filme, enfim


Foto: Divulgação

No post anterior, anunciei filme, livro e niver. Falei dos dois últimos, faltou o primeiro. Na segunda, feriado, levamos minha mãe ao cinema para ver uma comédia romântica. Chegamos um pouco atrasados e entramos no primeiro que havia. Era Garota infernal, cujo roteiro leva assinatura de Diablo Cody, de Juno. Pensava que era policial, era daqueles de terror com direito a vômito de gosma e olho virado, capeta e tudo. Saímos no início e entramos na sala ao lado, onde conseguimos ver Bruce Willis na ficção científica Substitutos.
Embora não seja um grande filme, é legal, principalmente para quem curte o gênero (como eu). O argumento é interessante. Num futuro próximo, quase todo mundo fica quieto em casa e manda pra rua robôs pessoais. Conectados a eles, sentimos o que eles vivenciam, sem correr riscos de acidentes ou violência. Vai tudo bem, exceto para um grupo de humanos radicais, que recusa os substitutos e adota atentados contra eles, até ter acesso a uma arma que quebra a segurança dos operadores humanos e, ao atingir uma máquina, mata também o operador.
Com ritmo e bons efeitos, nosso herói duro de matar apanha um pouco, pra variar, e conduz com o charme habitual as aventuras de um policial que investiga a trama e chega a ponto de mudar o mundo.

Beijins!

Clara Arreguy, quinta-feira, outubro 29, 2009. 0 comentário(s).

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Filme, livro, niver



Foto: Helen Nezdropa


Só agora percebo que se passaram 10 dias desde meu último post. Foram dias de glória (com e sem trocadilho). Bati os 3 mil acessos ao meu site e abandonei o blog nos dias em que completei 50 anos, fiz festa e recebi parte da família de BH em Brasília. Mas vamos lá.

Quando saí do jornal, disse que agora poderia ler não lançamentos porque o dever de ofício ficara pra trás. Aí a Glória minha irmã me intimou a ler A menina que roubava livros, de Marcus Zusak (foto), lançado em 2007, e o iniciei com certa resistência porque achei meio chato. Estava errada. O livro é ótimo. Tem quase 500 páginas, que encerrei hoje. Ambienta-se na Alemanha nazista, entre 1939 e 1943, numa comunidade de gente normal, gente boa, que teve que se submeter ao que o país virou sob o comando do Führer.

A tal menina, filha de comunistas, é adotada por um casal que a ajuda a se salvar (moral e literalmente) em meio ao caos da guerra, das perseguições, da falta de sentido. Liesel aprende a ler e a roubar livros, ajuda a esconder um judeu no porão, relaciona-se com um menino da mesma idade e de índole igualmente boa, enquanto caem bombas por toda parte. A morte narra os fatos com poesia e crueldade, como sói ser numa história de "humanos", como ela diz.

Um belo romance do escritor australiano, que ouviu dos pais casos de gente comum na Alemanha natal durante o período nazista.

Beijocas!

Clara Arreguy, quinta-feira, outubro 29, 2009. 0 comentário(s).

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Na fila

Já estava há 50 minutos sem roupa, na fila por um exame pago num laboratório popular. No meio de todas aquelas mulheres de avental azul igual, sentiu-se na antessala de um campo de concentração, sem saber o que a esperava dentro de uma daquelas várias portinhas de onde, de muito em muito tempo, saía uma mulher com jeito de sargento, pasta na mão, a chamar nome após nome. Péssima sensação.
Aí chegou Marisete. Uma senhora uns 10 anos mais velha que ela, foi chamada em seguida a ela. Deu tempo de ouvi-la dizer a idade: 40 anos. Era 10 anos mais nova, não mais velha!
Antes de entrar, porém, Marisete falou, falou, falou. A placa à frente pedindo silêncio não servia pra muita coisa. Enquanto esperava, lia e relia a placa. Chegou a descobrir que silêncio começa e termina com o mesmo som, em duas versões tão diferentes (SIL e CIO), e tinha um ÊN no meio, que vinha a ser NÊ de trás pra frente.
Mas a reflexão não durou muito. Marisete não deixou. Contou que ia ali há 40 anos (mas como, se tinha 40?) fazer seus exames, que tinha dois filhos, que a menina se casara aos 14 e lhe dera netos hoje enormes. Que o menino estava para se formar, o que, quando acontecesse, lhe permitiria se mudar de Santa Maria para Águas Claras (NT: isso, em Brasília, é subir na vida). Perguntou se o seio da colega ao lado era de silicone (era), quantos filhos a outra tinha (3), e assim foi, foi, foi desfiando conversa. Impossível permanecer calada.
O falatório da Marisete serviu para muita coisa, além de irritar a narradora após duas horas e meia de espera. Marisete passou na frente não só dela, mas da mulherada toda que esperava. Era amiga de todo mundo - pelo menos assim dizia. Tinha suas peixadas. Era, enfim, a elite da pobreza. E nossa amiga ali, sentindo-se, afinal, no mundo real. Não mais peixe, não mais vip, não mais especial.
Ninguém sabe com quem está falando quando fala comigo. Nem eu.

Clara Arreguy, segunda-feira, outubro 19, 2009. 1 comentário(s).

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Choro pop

Foto: Paulo de Araújo

Depois do show do Roberto, uma passada no Clube do Choro para pegar ao menos o segundo tempo do Armandinho Macedo, com sua guitarra baiana e seu choro pop. Alegria, entusiasmo, a juventude em qualquer idade, repertório delicioso de choro, frevo, marcha, solos que lembram Jimmi Hendrix, coisas do tempo da Cor do Som e do trio com Dodô e Osmar, enfim, uma noite fechada com a chave de ouro da boa música que conduziu minha semana.

Beijins finais!

Clara Arreguy, sábado, outubro 17, 2009. 0 comentário(s).

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Mais música - São tantas emoções

Foto: Divulgação

Ontem fui ver mais um show do Roberto Carlos, evento que sempre me emociona e marca - haja vista que, num deles, encontrei um grande amor. O dos 50 anos de carreira artística do Rei foi um pouco diferente dos anteriores, ele se permitiu arriscar no repertório e cantar coisas antigas, que não cantava havia muito tempo. Mas não faltaram os sets que não podem faltar, como as canções dedicadas à mulher pequena e aos caminhoneiros, as religiosas, as sensuais, um pouquinho de jovem guarda etc.
O Rei sempre emociona e seus shows são superprofissionais. No de ontem, pra um ginásio Nilson Nelson lotado, pela primeira vez testemunhei problemas técnicos, microfonias, pausa para corrigir algo que não estava dando certo. Mas o alto nível do artista e dos músicos que o acompanham, e a voz bela e forte de um dos melhores intérpretes da MPB seguem intactos. E as canções que conquistaram milhões de fãs estão todas ali, prontas para arrancar gritos e sussurros da plateia apaixonada. Como eu.

Beijocas!

Clara Arreguy, sábado, outubro 17, 2009. 1 comentário(s).

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A música na vida da gente

Foto: Divulgação

Toda a emoção que senti no filme Herbert de perto, de Roberto Berliner e Pedro Bronz, sobre o principal nome dos Paralamas do Sucesso, tem a ver tanto com a história dele quanto com a minha. A trajetória de Herbert Viana comove pela qualidade do rock que ele fez e faz ao lado dos companheiros de banda, Bi e Barone, desde o início dos anos 80, mas também pelo lado pessoal, o acidente que matou sua amada companheira Lucy e o deixou paralítico e com sequelas pesadas em vários níveis. Como diz Hermano Viana, seu irmão amadureceu em público, acompanhado por fãs e mídia, e agora, após o acidente, está tendo sua recuperação também à vista de todos, de maneira exposta e corajosa.
Por outro lado, o filme emociona quando a gente relaciona aquelas deliciosas músicas que eles faziam com etapas marcantes da nossa própria vida pessoal, e olhar pra trás em momentos de balanço como este, em que estou às vésperas de completar 50 anos, aponta perdas e ganhos na trajetória, saudades e conquistas. Tudo com trilha sonora.
O documentário não é nenhum primor de linguagem, mas traz a essência do que o fã - ou não - quer saber sobre o artista e a banda.

Beijos!

Clara Arreguy, sábado, outubro 17, 2009. 0 comentário(s).

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Delírios de Tarantino

Foto: Divulgação

Um faroeste histórico delirante ambientado na Segunda Guerra Mundial? É mais ou menos isso o novo filme de Quentin Tarantino, Bastardos inglórios. Brad Pitt faz uma espécie de John Wayne antinazista numa aventura maluca, em que um esquadrão guerrilheiro formado por judeus americanos penetra nas linhas alemãs com a única missão de matar e escalpelar nazistas. Com Shohanna, uma personagem à la Kill Bill, espiões, sangue, divisão em capítulos e outros elementos já vistos e conhecidos da obra do diretor americano, Bastardos inglórios reinventa a história de modo a permitir soluções que, infelizmente, não houve na vida real. A trama é genial, o ritmo, o suspense, tudo à moda de um dos mais talentosos cineastas da atualidade. E ainda interpretações marcantes de um elenco de poucos medalhões.


Bom feriado!

Clara Arreguy, segunda-feira, outubro 12, 2009. 0 comentário(s).

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Que dramalhão!


Foto: Divulgação



Vendido como erótico, o espanhol Diário proibido, de Christian Molina, não oferece nem a possibilidade, levantada pelo Tiago Faria, de passar nas madrugadas dos canais para adultos. É ruim até pra isso. História de uma mulher viciada em sexo e à procura da felicidade, o filme não rende como drama, porque exagera em todas as situações, nem como erotismo, porque não ousa nem explora a fantasia. Cenas de sexo sem clima e o roteiro, ah, que chatura! Pobre Val, a francesa vivida pela bela Belén Fabra. Ninguém a ama, ninguém a respeita, ninguém lhe proporciona prazer. A vovó morre (bela presença de Geraldine Chaplin), o marido ruim de cama a atormenta com ciúmes, a vida de prostituta só lhe traz mais violência e decepção. Pobres de nós, que temos que acompanhar, até o fim, as desventuras de Val.

Beijos e bom feriado, que esta semana eu trabalhei direitinho.

Clara Arreguy, sexta-feira, outubro 09, 2009. 0 comentário(s).

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Mais um Nobel político

Foto: Divulgação

Não conheço a obra da escritora Herta Müller, que ganhou hoje o Nobel de literatura. Nascida romena e radicada na Alemanha - é autora em língua alemã -. Herta se firmou num ambiente político espremido entre a opressão nazista, em meados do século XX, e o domínio comunista, nos anos do pós-guerra. Sob o tacão do ditador Ceaucescu, teve seus primeiros contos censurados. Sua escrita desafia as ideologias e aponta a luta pela liberdade. No Brasil, teve traduzido o romance O compromisso, pela Editora Globo. Espero ler algum trabalho seu para fazer um comentário embasado na minha própria leitura, e não nos releases da Academia Sueca e da imprensa internacional. De qualquer maneira, prevaleceu a tradição de uma escolha voltada para aquela literatura em que importam tanto as questões propriamente artísticas quanto as condições políticas em que essa produção se dá.


Beijins!

Clara Arreguy, quinta-feira, outubro 08, 2009. 0 comentário(s).

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No Clube do Choro

Foto: Paulo de Araújo

O show foi menos virtuoso e mais divertido. Marcos Ariel, pianista carioca, se apresenta esta semana no Clube do Choro, onde defende basicamente o repertório de seu novo CD, Noites da Lapa, com chorinhos compostos por ele ao lado de homenagens a Tom Jobim, Hermeto Pascoal e, principalmente, Dorival Caymmi, patrono das homenagens do Clube do Choro este ano. Com apoio do baixista Oswaldo Amorim e do baterista Leander Motta e participação especial do violinista Ted Falcon (à direita de Ariel na foto) no fim do espetáculo, Marcos Ariel mostrou boa música para dançar e divertir. Seu estilo não chega a arrepiar, como acontece frequentemente naquela casa brasiliense, que reverencia grandes instrumentistas brasileiros, toquem ou não choro. Com pouca gente na plateia, mas o respeito e a dignidade de sempre, o Clube do Choro é garantia de programa bom e barato, de quarta a sexta, o ano todo. Ah, sem falar na cerveja gelada e no pão de queijo quentinho e... com queijo!

Beijos!

Clara Arreguy, quinta-feira, outubro 08, 2009. 0 comentário(s).

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Dá pra rir

Foto: Divulgação

Os normais 2 - A noite mais maluca de todas repete o esquema do primeiro filme (diretor, José Alvarenga; roteiristas, Fernanda Young e Alexandre Machado; protagonistas, Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães) e uma estrutura mais similar aos episódios da série televisiva do que ao primeiro filme, que saía um pouco daquela linha. Desta vez, menos que a história, interessam os números de humor. Texto bom e deslavadamente incorreto (politicamente), o que é ótimo. A piada em si é boa: Vani e Rui, o estilo de vida e raciocínio de ambos, a ambiência classe média meio cult. Em meio a tantas comédias sem graça, o despudor dos normais acaba sendo um refresco de risadas descomprometidas. E o restante do elenco (Cláudia Raia, Drica Moraes, Daniel Dantas, Danielle Winits, Daniele Suzuki e outros) não deixa nada a desejar, coadunando com os protagonistas no patamar hilário.

Beijocas!

Clara Arreguy, quarta-feira, outubro 07, 2009. 0 comentário(s).

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Forte, mas e daí?

Foto: Divulgação

Salve geral, de Sergio Rezende, indicado pelo Brasil a concorrer a uma vaga no Oscar, é um ótimo filme, daqueles fortes. Retrata sem subterfúgios algumas das piores mazelas do sistema prisional brasileiro, como violência, corrupção, falta de políticas públicas coordenadas com humanismo, inteligência e rigor, enfim, a incapacidade do sistema de dar saída para quem comete crimes no país. Não há luz no fim do túnel. Se os criminosos devem pagar pelo que fizeram - e como devem! -, não adianta confiná-los como animais em celas desumanas, sem possibilidade de recuperação para a vida social.
Bom, o filme mostra um pouco disso tudo e como, movidos por essas e outras questões, bandidos criaram instrumentos como o PCC para se defender - atacando, claro. A crise de 2006, quando tal facção desencadeou uma rebelião em cadeia, literalmente, e uma série de ataques a policiais e civis nas ruas de São Paulo, serve de pano de fundo para uma ficção em que mãe e filho de classe média decadente se emaranham nesse ambiente. Tragédia pouca é bobagem.
Salve geral é forte, bem dirigido e interpretado (Denise Weinberg e Andrea Beltrão, ambas na foto, dão show, essa última em raro papel dramático), e busca uma vaga no Oscar. Não sei se, pela temática que insiste em mostrar violência e crítica urbana, tem mais ou menos chances de ir ao certame internacional. Como a produção nacional contemporânea tem de tudo um pouco, e muita coisa boa, talvez valesse mais a pena investir em outras palavras. Vamos ver no que dá.

Beijos!

Clara Arreguy, terça-feira, outubro 06, 2009. 0 comentário(s).

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Luto por Mercedes

Foto: Marcos Brindicci/Reuters

A morte de Mercedes Sosa não entristece só o mundo da música, mas toda a história envolvida em torno dela. Grande dama, não fez de sua voz apenas instrumento de comoção, como de luta e de amor à humanidade. Aguerrida, doce guerreira, porta-voz da coragem dos oprimidos, poeta e farol, Mercedes era capaz de emocionar com sua figura tão forte quanto sensível. No ano passado ela esteve no Brasil na última turnê da vida. Fomos ao Centro de Convenções cobrir o show, Paulo e eu, e houve momentos em que ficou difícil conter as lágrimas. Canções e mais canções emblemáticas, além da sua figura, já doente, com dificuldade de andar, mas ainda potente no vozeirão e na capacidade de transmitir força e inspiração. Amei revê-la, ainda que sabendo que suas condições não eram as melhores. Paulo fez lindas fotos, que o Correio Braziliense publicou então (hoje saiu na capa uma delas, na chamada para o obituário).
Descanse em paz, guerreira! Suas lições de vida e sua música gravada em discos e nos nossos ouvidos nos acompanharão como um farol, o farol que você sempre será!
Beijos, de luto.

Clara Arreguy, segunda-feira, outubro 05, 2009. 0 comentário(s).

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