Uma mulher iraniana
Saída dos quadrinhos, Marjane Satrapi chega ao cinema com seu Persépolis, saga autobiográfica que narra as aventuras e desventuras de uma menina-moça-mulher durante a Revolução dos Aiatolás, no Irã. Marji sofre, pena, vê os parentes comunistas serem perseguidos e mortos, se exila na Europa, onde passa outras barras pesadas... O desenho dela é simples, conciso, mas muito expressivo, e no cinema condensou bem toda a saga, até com trechos em cor - na maior parte, é tudo pb. Imperdível! Beijos!
Clara Arreguy, sexta-feira, fevereiro 29, 2008.
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América desnuda
Sangue negro não ganhou o Oscar, mas pode ser considerado um grande filme, e não apenas pela primorosa interpretação de Daniel Day-Lewis, premiado com toda a justiça. O filme de Paul Thomas Anderson desnuda o nascimento da ideologia que fez da América o império consumista, vazio de valores verdadeiros, o paraíso da exploração capitalista. Pela trajetória de um empresário do petróleo, acompanhamos a ascensão e decadência do símbolo maior do sistema, o self-made-man sem escrúpulos, sem moral e sem sentimentos. Fora isso, o filme explora ótimos trabalhos de ator, fotografia, reconstituição de época e mergulhos, em ritmo de silêncio e introspecção, na vida de um personagem tão malévolo quanto fascinante.
Beijos!
Clara Arreguy, segunda-feira, fevereiro 25, 2008.
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Aventura sem compromisso
Ausente devido a muito trabalho e a uma viagem, não pude assistir nem aos principais filmes do Oscar - só vi Desejo e reparação e Conduta de risco. No lugar onde eu estava, os candidatos não estavam em cartaz, então tive que assistir a A lenda do tesouro - Livro dos segredos, em que Nicolas Cage tenta limpar o nome do tataravô, acusado de ter tramado a morte do presidente Lincoln, enquanto volta a caçar tesouros. O ritmo é ágil, os personagens já conhecidos do espectador, mas a trama apenas reprocessa ene histórias conhecidas. Salva-se o núcleo dos pais do herói, vivido por Jon Voight e Helen Mirren, ambos com carisma de sobra.
Beijos!
Clara Arreguy, sexta-feira, fevereiro 22, 2008.
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Steinbeck e Capa
É de 2003 a edição que a CosacNaify fez de Um diário russo, de John Steinbeck, com fotos de Robert Capa. O primeiro é aquele romancista norte-americano fera, de As vinhas da ira e Ratos e homens. O segundo, um fotógrafo húngaro que se especializou em retratos de guerra. Os dois, amigos e companheiros de perspectivas humanistas e socialistas, se aventuraram a conhecer a União Soviética em 1947, quando a Guerra Fria mal havia começado e americanos e russos já se estranhavam e temiam o pior. O texto do escritor é uma delícia, as fotos são marcantes. O livro foi considerado superficial na época, pró-russo e anti-russo, dependendo da tendência do crítico, mas na verdade é um relato humano repleto de comentários inteligentes, engraçados, em que conhecemos um pouco da vida comum dos socialistas soviéticos no pós-guerra, um pouco da devastação que se seguiu à ocupação alemã em várias regiões, um pouco da alegria daquelas pessoas, e muito da personalidades brilhante dos autores. Uma delícia!
Beijos!
Clara Arreguy, quinta-feira, fevereiro 14, 2008.
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Policial à moda antiga
Escrito em 1941, o romance policial A dama fantasma, de Cornell Woolrich, narra, em estilo antigo, uma trama noir intrigante para o leitor. Um marido é suspeito da morte da mulher e tem como álibi a companhia de uma moça desconhecida com quem tomou um drinque, jantou e assistiu a um espetáculo musical. Só que a moça some e as testemunhas todas negam que o tenham visto acompanhado. Assim, ele é condenado à morte na cadeira elétrica. A narração se dá como contagem regressiva para sua execução, enquanto um policial, um amigo e a namorada do condenado se unem para tentar descobrir o paradeiro da testemunha que poderá salvá-lo do corredor da morte. Muito bom!
Beijos!
Clara Arreguy, quarta-feira, fevereiro 06, 2008.
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