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A força da palavra

Fui ver Mutum, de Sandra Kogut, baseado em Campo geral, de Guimarães Rosa, e fiquei impressionada com a beleza do filme, com a delicadeza das interpretações, com o sertão filmado pela lente do respeito e da admiração. Quanto deleite! A produção buscou entre crianças do interior mineiro os pequenos atores que dão vida à história dos meninos capturados pela dimensão trágica daquela existência, ao mesmo tempo com o menor e o maior da vida. Um filme diferente no panorama em cartaz, mas lindo, imperdível.

Beijos e feliz 2008!

Clara Arreguy, segunda-feira, dezembro 31, 2007. 0 comentário(s).

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Clooney ético

George Clooney não perde a chance de se postar do lado certo de uma boa briga. De uns tempos pra cá, escolhe filmes com posicionamento incisivo, como este Conduta de risco, que discute ética entre os advogados. Ele faz o papel de "faxineiro" de uma firma de advogados, aquele profissional mandado a limpar uma sujeira bem grande. No caso em questão, um sócio da firma surta e muda de lado num caso em que defendia um fabricante de agrotóxico responsável pela morte de trabalhadores rurais. O cara descobre as falcatruas do cliente, passa para o lado das vítimas do envenenamento e compra uma briga feia com os ex-sócios e com a grande empresa. Clooney tenta consertar as coisas, mas fica no fogo cruzado e se descobre também em perigo, tendo então que tomar uma posição diferente da usual. Um belo thriller, com trama complexa e boas idéias.

Beijos!

Clara Arreguy, sábado, dezembro 29, 2007. 0 comentário(s).

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História da Bíblia

A véspera de Natal é propícia para reflexões que transcendem a religião e se expandem para o planeta e o futuro que queremos dele. Acabo de ler A Bíblia - Uma biografia, da inglesa Karen Armstrong, uma intelectual especialista nesses assuntos (ex-freira, tem estudos importantes sobre as três religiões monoteístas e suas relações na contemporaneidade, sempre em busca de um entendimento que contribua para a paz no mundo). Aqui, numa coleção da Zahar que aborda livros que marcaram a humanidade, Karen Armstrong conta a história da Bíblia, mas não apenas como os livros que a compõem surgiram. Detém-se com profundidade na maneira como a Bíblia vem sendo lida e interpretada ao longo dos tempos, até chegar aos dias de hoje, em que as escrituras ainda são usadas, por cristãos e judeus, como argumento contra a paz, contra a harmonia. A proposta, clara, é de que a fé de uns e outros, além da dos muçulmanos, construa pontes sobre as diferenças e aposte na possibilidade de convívio, respeito e caridade. Como quer o deus de qualquer uma dessas religiões.

Feliz Natal!

Clara Arreguy, segunda-feira, dezembro 24, 2007. 0 comentário(s).

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Programas de fim de ano

Desculpem-me a ausência nos últimos dez dias. Foi devida ao excesso de trabalho que antecedeu a entrada em recesso de Natal. Quase não li, não fui ao cinema. Em compensação, ouvi muitos discos legais para fazer matérias. Caso de A música de Dolores Duran, que reúne diversos intérpretes para reviver composições da autora de A noite do meu bem, parceira de Tom Jobim, Carlos Lyra e outros. No disco, cantores como Fagner, Leila Pinheiro, Wanderléa, Leny Andrade, Moska e Tito Madi interpretam 21 sambas-canções de uma compositora intensa, criadora ainda de Castigo, Por causa de você e Estrada do sol. Outros discos lindos que ouvi: Turíbio Santos interpretando ao violão clássico obras de Agustín Barrios; João Carlos Martins voltando a tocar piano (com poucos movimentos de dedos que lhe sobraram após doenças e acidentes) em (lindo) repertório clássico e popular - esta matéria não foi minha, mas da Nahima Maciel; o grupo de chorinho paulistano Ó do Borogodó, delicioso; e uma pérola que chegou no final do ano, Fernanda Takai, do Pato Fu, recriando músicas gravadas por Nara Leão - quanta delicadeza, quanta nobreza.

Beijos!

Clara Arreguy, sexta-feira, dezembro 21, 2007. 0 comentário(s).

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Ao mestre com carinho

Ontem foi lançado em Belo Horizonte o média-metragem Isto é meu e morrerá comigo, de Fábio Carvalho. Trata-se da edição de uma entrevista com o professor, jornalista, diretor, ator, escritor, poeta, treinador de basquete, entre tantas atividades, João Etienne Filho, meu tio, cuja morte completa 10 anos este mês. O filme traça bem um retrato do homem de mil instrumentos que foi Etienne, entrevistado numa longa conversa em que discorre sobre vários assuntos, demonstrando toda sua cultura e versatilidade. Homem culto à moda antiga, Etienne foi figura marcante na vida cultural e na vida noturna de Belo Horizonte, deixando uma legião de amigos e alunos que puderam matar saudades de sua figura, sua conversa, sua presença. A família, presente, se emocionou com a justa homenagem de Fábio Carvalho.

Beijos!

Clara Arreguy, quarta-feira, dezembro 12, 2007. 0 comentário(s).

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Puro Seinfeld

A animação Bee movie - As aventuras de uma abelha é puro Seinfeld. Produzido, escrito e dublado pelo comediante que encabeçou a famosa série de TV sobre nada (pela qual muita gente, como eu, é aficionada), o desenho é mais que sobre nada. Faz críticas contundentes aos humanos e seus sistemas produtivos e mercantis, espalha ferrões sobre a exploração, sobre a burocracia e sobre o american way of life (hoje expandido para um way of life globalizado) e não poupa de farpas ídolos do showbiz, como Sting e Ray Liotta. Com humor e roteiro inteligente, diga-se de passagem. A abelhinha protagonista é deliciosa, encantadora. O desenho, em todas as fases, agrada a adultos e crianças. Vai da aventura ao thriller de tribunal e à ação mais desenfreada sem perder o ritmo. Imperdível!

Beijos!

Clara Arreguy, sábado, dezembro 08, 2007. 0 comentário(s).

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Deliciosa literatura colombiana

Li, por recomendação da Nahima Maciel, minha colega de jornal e de leituras deliciosas, o romance Síndrome de Ulisses, do colombiano Santiago Gamboa. Uma boa descoberta - antes tarde - de um escritor que mergulha no universo dos imigrantes na Paris dos anos 1990. Há de tudo, dos exilados políticos aos auto-exilados, como ele, na construção de uma carreira literária mas antes, da sobrevivência à custa dos trabalhos mais pesados. De latino-americanos que atuaram na guerrilha a norte-coreanos em fuga do comunismo, de africanas a romenas que se prostituem. A cada pessoa que ele conhece, um relato de sofrimento, luta, saudade, discriminação. A cada novo amigo, uma nova história a tocar o leitor. E um pouco da busca de afirmação, de encontro com o próprio desejo, seja no campo do amor, seja na escrita. Sem falar no quadro que descreve de uma Europa globalizada, em que o mundo tenta se encontrar. De primeira!

Beijos!

Clara Arreguy, terça-feira, dezembro 04, 2007. 0 comentário(s).

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