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Um riso preguiçoso...


Até que dá pra rir na comédia De pernas pro ar, de Roberto Santucci, mas com uma preguiça danada. Primeiro porque o argumento é previsível: a moça que perde marido e emprego na mesma tacada por só pensar em trabalho conhece a dona de um sex shop e, workaholic que ela só, resolve dar uma incrementada no negócio da nova amiga. Resultado: embora ame o marido, o fato de trabalhar com sexo vai causar problemas...

Ingrid Guimarães (na foto com Maria Paula) é adorada por grande parte do público. Acho-a comediante experiente, embora não me empolgue tanto nem por seu desempenho nem por seu carisma. Mas admito que seu timing para as piadas é bom, o que garante ao filme momentos engraçados. Pena que quase todos estejam no trailer, o que faz da sessão inteira um pouco de déjà vu.

A temática sexual tratada sem grandes apelações contribui para que De pernas pro ar possa ser visto por faixas maiores do público. Tirando um ou outro vibrador fálico, não há nada que choque o espectador. Enfim, diversão quase familiar para quase toda a família.

Beijins!

Foto: Divulgação

Clara Arreguy, terça-feira, janeiro 25, 2011. 4 comentário(s).

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Biografia de um cara mau

Eu estava com tanta vontade de ler a biografia de um cara mau, pensando em Lobão, Keith Richards ou Erasmo Carlos, que acabei lendo a do Bukowski (Vida e loucuras de um velho safado, Conrad Livros). Esse sim um bad boy. Me lembrou demais o Tim Maia, com tanta carência, tanta dificuldade afetiva e ao mesmo tempo tanto talento, tanto brilho.
Eu já sabia por alto a história do escritor norte-americano nascido na Alemanha, mas não com detalhes vívidos, já que seu autor, o inglês Howard Sounes, entrevistou todo mundo importante ligado ao poeta, das ex-mulheres à filha, do editor aos amigos e ex-amigos. E como ele os teve!
Hábil também em queimar pontes, o criador do alter ego Henry Chinaski colecionou desafetos, ao destratar, ridicularizar e humilhar publicamente pessoas de suas relações, artistas mais ou menos famosos, gente com quem eventualmente mantinha uma correspondência afetuosa mas que, pessoalmente, tratava logo de detonar.
Um festival de grosserias e violências revela mais a fragilidade emocional de Bukowski. Ao mesmo tempo, foi prolixo em criações radicais, em que expôs a alma - sua e de uma América apodrecida -, uma poesia e uma prosa únicas na literatura do século XX.
Não adianta querer confundi-lo com os beatniks ou com outros movimentos. Em dezenas de livros, entre os quais seis romances (geniais, como Cartas na rua, Misto quente e Mulheres, e outros nem tanto), Bukowski fez uma obra sem par, eviscerada, forte e franca como os socos que gostava de trocar durante porres homéricos.
Um cara bem mau.

Beijocos!

Clara Arreguy, terça-feira, janeiro 25, 2011. 2 comentário(s).

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Camilleri vezes seis

Durante a pedalada da semana passada, no Espírito Santo, carreguei comigo o volume de contos O medo de Montalbano, de Andrea Camilleri (Record), pras horas vagas. Felizmente tivemos quatro dias de pedal e três de descanso, de modo que pude curtir com toda a intensidade um dos meus autores prediletos.
Camilleri, pra quem não sabe, é um escritor italiano cheio de predicados, dos quais destaco dois: o senso de humor e a habilidade em construir boas narrativas, seja em policiais, seja em romances históricos.
Esses seis contos curtos foram os primeiros que li dele nesse formato. Claro que amei. São histórias deliciosas, todas protagonizadas por Salvo Montalbano, o comissário de polícia de Vigàta, na Sicília, algumas com pitadas de psicologia, outras francamente não policiais, mas mergulhadas nas questões existenciais de um personagem clássico.
Não sei se o livro que li é da Goia ou da Clarice. Acho que é da Goia. Vou ter que comprar um novo pra ela e pôr no lugar deste. É que ele tomou a chuva que eu tomei no último dia da pedalada e ficou em estado lastimável... Pobre Camilleri... Mas é como se diz: é bom até debaixo d'água...

Beijus!

Clara Arreguy, quarta-feira, janeiro 19, 2011. 0 comentário(s).

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Grande Clint!

O Clint Eastwood é um cara tão especial que seus filmes podem versar sobre qualquer tema - de qualquer jeito são sempre bons. Veja este Além da vida. Trata-se do manjado "vida após a morte", mas sua abordagem é tão sutil, sensível, que não é preciso crer ou não crer. Basta curtir bom cinema.

Três histórias correm paralelas - até se encontrar, não no infinito, mas num roteiro consistente. A jornalista Marie escapa do tsunami no Pacífico (numa sequência impressionante de bem feita) e passa a sofrer uma inquietação incontrolável por ter vislumbrando "o lado de lá". Sua vida sofre uma reviravolta quando ela troca a "seriedade" profissional para investigar o assunto.

Na Inglaterra, dois menininhos gêmeos enfrentam as agruras de uma mãe viciada em drogas, até que um deles morre e o sobrevivente perde o gosto da vida, enquanto não conseguir se desligar de sua outra metada.

Na América, um atormentado Matt Damon (foto) tenta se livrar do carma de ser vidente, com o poder de se comunicar com os mortos. "Não é um dom, é uma maldição", garante ele ao irmão, que quer explorar financeiramente seu poder.

As vidas dos três se cruzam após peripécias deste e do outro mundo, num filme lento, delicado, com a marca da mão de Clint Eastwood.


Beijins!
Foto: Divulgação

Clara Arreguy, quarta-feira, janeiro 19, 2011. 0 comentário(s).

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Nos tempos da ditadura

Depois fui cumprir uma obrigação de quase 10 anos atrás, quando Elio Gaspari lançou sua série sobre a ditadura e eu não tive tempo de lê-la. Comecei pelo começo, A ditadura envergonhada (Companhia das Letras), que devorei rapidinho, já que se trata de assunto que, por mais que a gente conheça, sempre reserva informações.
O jornalista teve acesso a muitas delas, por meio de arquivos e entrevistas com protagonistas daqueles momentos tenebrosos da vida nacional. Geisel, Golbery e outros, militares ou não. Houve polêmica na época, com críticas à esquerda e à direita, mas sou da opinião de que é preciso jogar luz sobre o passado para iluminar o presente e o futuro.
Não sei se uma comissão seria capaz de determinar a verdade, mas é preciso contar e revelar os fatos, tendo a paz como meta. É o que eu penso.
Começo logo o segundo tomo, A ditadura escancarada, e depois comento.

Beijocas!

Clara Arreguy, segunda-feira, janeiro 17, 2011. 0 comentário(s).

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De volta!! Desculpem a ausência

Putz, quase um mês, mas é que vieram as festas, trabalho, dois plantões e por fim uma semaninha de folga para pedalar no litoral do Espírito Santo (detalhes no blog do Dá Pedal - www.dapedal.org).
Então, vamos atualizar por partes: primeiro, li o excelente livro de histórias curtas de Charles Bukowski, Ao sul de lugar nenhum (L&PM), que reúne diversas narrativas protagonizadas por seu alter ego, Henry Chinaski.
Um dos mais iluminados autores da América real, Bukowski inspira uma literatura desnuda, ácida, crítica, regorgitante. Os contos do livro são todos assim: impiedosos. Os melhores são aqueles em que narra as vezes em que caiu doente e precisou ser operado no sistema público de saúde. Parece que pobre é pobre em qualquer lugar. Mas quando se tem a pena implacável, as experiências de vida divertem maltratando, maltratam divertindo.
Como é bom ler e reler Bukowski!

Beijos!

Clara Arreguy, segunda-feira, janeiro 17, 2011. 0 comentário(s).

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