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Marielle presente!


Uma das coisas mais legais que aconteceram na Festa Literária de Paraty (Flip) este ano foi o lançamento da coletânea "Um girassol nos teus cabelos - Poemas para Marielle Franco" (Quintal Edições e Mulherio das Letras), uma coletânea que envolveu poetas de todas as partes do país, provocadas pela emoção em torno do assassinato daquela que se tornou símbolo da luta das mulheres, dos pobres, dos pretos, das feministas, dos LGBTs, da periferia, da antítese a essa elite que dividiu o país e pretende exterminar quem a ela se opõe.

A coletânea foi organizada por uma comissão de participantes do Mulherio das Letras, movimento que começou na Flip do ano passado e hoje caminha para seu segundo encontro nacional, cada vez mais encorpado pela mulherada que atua no mundo do livro. Traz em seu conteúdo desde nomes consagrados, como Conceição Evaristo, até um vasto conjunto de autoras atuantes no movimento e na poesia, em torno de 60 nomes.

O tom dos poemas varia entre a militância mais engajada e a emoção mais solta, entre as que conheciam e amavam Marielle e aquelas que só a conheceram após sua morte cruenta, e fazem do verso o libelo contra a violência que atinge todas nós, todo o povo brasileiro, na verdade. O que alinha o conjunto é a causa única de, mais que protestar contra seu extermínio, celebrar a vida e a luta daquela guerreira, afirmando que com ela não morrem seus ideais, pois ecoaremos todas a voz dela.

O recado do livro "Um girassol nos teus cabelos" é claro e bom som: Marielle presente! Seremos sua voz, seus passos, seus braços.

Bjs!



Clara Arreguy, sábado, setembro 22, 2018. 0 comentário(s).

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Uma geração em meio ao vazio


Acompanho a carreira do jovem escritor Rafael L. Ferrari desde 2017, quando participamos juntos de uma mesa sobre literatura e juventude na Feira do Livro de Brasília. Ali trocamos figurinhas e li seu romance "A sombra daquela garota", uma história sensível de duas meninas de temperamentos e histórias opostos. Agora, na feira deste ano, novamente fizemos aquela permuta que me trouxe seu novo livro, "Nove semanas de março" (edição do autor).

Rafael, do alto de seus 20 anos, comprova maturidade como escritor e como ser humano. Novamente suas protagonistas são mulheres, em especial Natasha, uma jovem anoréxica que se automutila, sempre às voltas com a falta, a solidão, o desconforto com o corpo, a sociedade, o afeto.

Natasha e seus amigos cultuam um estilo de vida vazio. Ela e suas questões: por que, por quê, porque ou porquê; a menina que ela namora, o menino que a atrai, os amigos com quem compartilha cigarros, flanares, praças, aulas sem sentido, matar aula sem motivo, provas em branco. A própria narrativa, um diário num março que gira em looping sem fim, demarca o beco aparentemente sem saída.

Rafael Ferrari não responde, mas coloca com tocante sensibilidade as questões dessa geração, desses meninos e meninas perdidos na enormidade da cidade, da escola, dos caminhos por onde o afeto os levará, se levar. Retrata importantes temas, sem fazer tese, sem inventar saída. Será que há? Só eles, esses jovens, poderão responder.

Parabéns, Rafael, por mais essa bela obra.

Bjs!

Clara Arreguy, sexta-feira, setembro 21, 2018. 0 comentário(s).

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