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Saudades de Compostela

Diz a Clarice que eu gosto de tudo, mas como não gostar de rever na tela grande o Caminho de Santiago de Compostela que há exato um ano eu e meu grupo, o Dá Pedal, percorremos de bicicleta? Pois a comédia Onde está a felicidade?, de Carlos Alberto Riccelli, percorre boa parte do trajeto que fizemos.

Com pretensões almodovarianas nas cores, na música, na paisagem espanhola e nas mulheres à beira de um ataque de nervos, o filme obviamente não é de Almodóvar, mas de Riccelli. Nem por isso é ruim. Comédia romântica de pouca riqueza de texto, obtém boas interpretações de Bruna Lombardi e Bruno Garcia (foto) e uma ótima participação de Marcello Airoldi, encarregado de convincentes cenas de humor.

Quanto a Compostela, serve apenas de cenário para os desvarios de gente à procura de soluções para o amor e o trabalho - pouco, não? A paisagem apaixonante não resolve todos os problemas, mas ajuda. Não é grandes coisas, mas dá pra divertir.

Beijins!

Clara Arreguy, quarta-feira, agosto 31, 2011. 0 comentário(s).

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Fotos de Tina Coelho

Disse no post anterior que comecei a leitura dos livros de bolso de Darcy Ribeiro pelos que tratam da questão indígena. Isso ocorreu porque queria me preparar para a mostra da fotógrafa Tina Coelho, que está expondo o trabalho Entre laços justamente Memorial Darcy Ribeiro, também conhecido como Beijódromo.

Trata-se de um espaço magnífico, embora singelo, no câmpus da UnB, aqui em Brasília, com projeto de Niemeyer e espaços para exposição, memória e apresentações em pequenos formatos. Novamente tem o dedo do meu amigo Brizola na história - ele é um dos diretores do espaço, mantido pela Fundação Darcy Ribeiro.

A mostra de fotos da Tina Coelho registra o Encontro de Culturas da Chapada dos Veadeiros, na edição de 2010. Lá, na Vila de São Jorge, em Alto Paraíso (Goiás), todo ano ocorre um encontro que celebra a diversidade cultural, com a beleza das manifestações de índios, quilombolas, outras comunidades tradicionais e populares, em geral.

O trabalho é maravilhoso e retrata o olhar amoroso que a fotógrafa dedica às coisas, às cores e gentes do Brasil.

Beijocas!

Clara Arreguy, quarta-feira, agosto 31, 2011. 0 comentário(s).

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Mestre Darcy

Ganhei do meu amigo Brizola a coleção Darcy no Bolso, edição conjunta da Fundação Darcy Ribeiro e da Editora UnB. Trata-se de uma série de 10 livros de pequeno formato, com deliciosos textos do mestre - antropólogo, etnólogo, educador, politico de uma estirpe que já não se faz mais por aqui.

Comecei a leitura pelos livros que tratam especificamente da questão indígena - Falando dos índios e Meus índios, minha gente, que trazem textos curtos, mas certeiros, sobre uma paixão do autor e um dos mais graves problemas humanos do nosso Brasil.

Deles, passei ao primeiro da série, A América Latina existe?, em que os índios aparecem novamente, mas aqui na questão macro de nosso continente.

Darcy é lúcido, lúdico, implacável nas análises, amoroso no trato com o povo brasileiro (por sinal, título de uma de suas obras-primas, assim como Maíra...).

Vejam só o que ele diz, como só ele diz, ao analisar a história de nossos países latino-americanos: "Economias nacionais voltadas para fora, convertendo o povo num proletariado externo das nações ricas, fazem dele o que é todo povo colonizado e dependente: uma merda".

Falta ainda ler O Brasil como problema, Lembrando de mim, Revivendo o que vivi, Vida, minha vida, Jango e eu, Golpe e exílio e A volta por cima. Darcy morreu em 1997, mas graças a suas palavras de sabedoria e a uma vida de luta, permanece vivo entre nós.

Beijos!

Clara Arreguy, quarta-feira, agosto 31, 2011. 0 comentário(s).

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Grande Carvana!


Foto: Divulgação


Por fim, na temporada de polêmicas do cinema nacional, também gostei de Não se preocupe, nada vai dar certo..., de Hugo Carvana. Tendo à frente do elenco Tarcísio Meira e Gregório Duvivier, a comédia dá vida aos personagens que o cineasta cultiva há décadas: os malandros de todo tipo.

Desta vez, trata-se de comediantes que ganham a vida a fazer shows e peças e a aplicar pequenos golpes na praça. Entre as duas artes - a cênica e a da esperteza - pai e filho se balançam, sonhando sempre em voltar à ribalta e à arte maior.

Com o envolvimento deles, sem querer, num golpe de mais vulto, político, que mexe com licitação fraudada, propina, corrupção e assassinato, surge a oportunidade de se darem bem - ou totalmente mal, afinal, "nada vai dar certo" é o lema deles.

Com o argumento do filme, Carvana aproveita para homenagear os artistas mambembes desse Brasil afora, a arte de quem ama o palco, o texto, o dom de iludir, de fazer sonhar. E obtém momentos líricos de seus anti-heróis, principalmente quando ele próprio está em cena no pequeno papel de um ator velho e decadente, condenado a viver num asilo de artistas.

Se não é um grande filme - e não é -, a nova comédia de Carvana emociona pela luta de uma vida do cineasta que mantém vivo, há mais de 40 anos, o sonho do cinema brasileiro.

Beijão!

Clara Arreguy, domingo, agosto 21, 2011. 0 comentário(s).

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Uns não gostaram, eu gostei


Foto: Divulgação


Outro do qual só ouvi falar mal foi Assalto ao Banco Central. A estreia do diretor de TV Marcos Paulo na condução de um filme para cinema pra mim foi bem-sucedida. Possui roteiro, ritmo, personagens, substância.

Para reconstruir um crime do qual não se tem muita informação, era preciso preencher as lacunas com credibilidade. Isso foi obtido por meio do desenho dos personagens, tanto dos envolvidos na quadrilha quanto dos policiais.

Lima Duarte e Giulia Gam (foto) fazem os agentes da Polícia Federal que conduzem as investigações e a narrativa do filme, como fios condutores da trama. São reais e cheios de humanidade e conflitos, assim como os principais assaltantes, vividos por Eriberto Leão, Milhem Cortaz, Tonico Pereira, Juliano Cazarré, Hermila Guedes etc.

Por se tratar de fato ocorrido há pouco tempo e aqui mesmo no Brasil, o sabor do filme aumenta, fazendo-o melhor que muito thrillerzinho que vemos aos montes no cinema e na TV. E produção no Brasil virou coisa de profissionais, com figurinos, direção de arte, trilha sonora, tudo de primeira.

Beijocas!

Clara Arreguy, domingo, agosto 21, 2011. 0 comentário(s).

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Filmes nacionais que eu vi




Foto: Divulgação

Tem muito tempo que não comento filmes, e não que eu não tenha visto alguns. Vamos às polêmicas: o primeiro, Cilada.com, com Bruno Mazzeo. Ninguém que eu conheça gostou, e não é que eu tenha adorado, mas é que vi qualidades na fita.

Pra começo de conversa: há muita comedinha politicamente correta que não tem graça. Cilada.com faz a gente rir, ainda que à custa de escatologia e algumas grosserias. Mas fazer rir é qualidade, não é não? E piadas grosseiras, quando engraçadas, cumprem sua função...

A outra qualidade são os bons desempenhos. Li uma entrevista em que o diretor diz que tirou o sorrisinho da cara de Bruno Mazzeo, para diferenciá-lo do personagem simpático que ele faz na TV. Funcionou. Ele fica cínico, desprezível, não tem gracinha.

Bom, o filme não é nem sólido nem importante o bastante para se tornar o blockbuster que ansiava ser, mas vale a ida ao cinema.

Beijus!

Clara Arreguy, domingo, agosto 21, 2011. 0 comentário(s).

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Revolução na Nicarágua

Quando eu tinha meus 18 anos e entrei para a faculdade, a Fafich, homônima do livro que escrevi sobre o período e sobre nossa militância estudantil, um dos motivos de orgulho de nosso idealismo revolucionário era a luta dos sandinistas na Nicarágua. Tínhamos amigos que conheciam aquele país da América Central - inclusive meu irmão, Tostão, que havia ido lá anos antes - e amigos nicaraguenses que sonhavam voltar para engrossar a luta contra o ditador Anastacio Somoza e construir o socialismo por lá.

Por isso, foi com grande emoção que li o romance A insurreição, de Antonio Skármeta, volume que encontrei por acaso num sebo do centro de Porto Alegre quando por ali passeei em maio, nas férias. O chileno Skármeta é aquele mesmo autor de O carteiro e o poeta, que virou best-seller e filme.

Autor premiado, em A insurreição ele foca os personagens de uma vila nicaraguense durante a revolução, com personagens sublimes, heroicos, poeticos, humanos. Em narrativa que acompanha a gente simples de Leon, o escritor homenageia (e cita) pares como Pablo Neruda.

O romance é pura emoção, beleza épica, história viva de um episódio marcante do continente. E integra uma série (que não existe mais) da Editora Francisco Alves, a Coleção Latino-América, na qual conheci, alguns anos atrás, a obra do uruguaio Mario Arregui, meu quase irmão e talvez parente...

Besos!

Clara Arreguy, domingo, agosto 21, 2011. 0 comentário(s).

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Sabedoria da vida, da política, da filosofia...


Há amigos que nos ensinam tanto que o convívio com eles acaba funcionando como verdadeiro curso de pós-graduação. João Paulo Cunha tem sido assim na minha vida. Foi meu colega e chefe no Estado de Minas, em Belo Horizonte, onde até hoje edita o caderno cultural e o de artigos (Pensar). É uma pessoa cuja inteligência e cuja vasta cultura trabalham para o bem comum.

Com formação em Filosofia, Psicologia, Pedagogia e Comunicação Social, João Paulo é mais que jornalista. É um filósofo. E os textos que escreve para o caderno Pensar do Estado de Minas iluminam semanalmente a vida de quem os lê. Por isso, foi surpresa apenas o tempo que levou para que uma seleção deles fosse reunida em livro.

“Em busca do tempo presente” (Comunicação de Fato Editora) reúne cerca de 50 artigos em que todo tipo de assunto se faz presente, mas sempre com um toque de profundidade e poesia. Política, literatura, metafísica, meio ambiente, cinema, histórias de amor e amizade, reflexões que dialogam com grandes pensadores de ontem e de hoje – está tudo ali.

Mais que comentar assuntos, no entanto, João Paulo intervém de forma questionadora e esclarecedora. Ética, para ele, não é assunto teórico, mas desafio diário imposto pelas necessidades profissionais, pelos caminhos como homem e cidadão. Pensar a política e agir politicamente são a mesma coisa. Ser respeitoso, ser íntegro, ser solidário, para ele, significa ser de esquerda, tomar partido, defender o que é justo.

Veja, por exemplo, a crônica “Humanismo em baixa”. Tem tudo a ver com o trabalho que desenvolvemos aqui no MDS. Ele contrapõe humanismo e humanitarismo, mostrando como esse último atua com desprestígio do outro em relação a nós. Para ele, o humanismo deve apontar para a fragilidade dos valores que suportam o humanitarismo: “Sobrevivência como objetivo final não é um dado de civilização, mas uma entrega à barbárie”.

Numa chamada dos jovens a desempenhar seu papel na sociedade, João Paulo critica duramente, em vários momentos do livro, a cultura consumista que domina corações e mentes, esvaziando de sentido a vida daqueles que teriam nas mãos a missão de transformar o mundo, melhorando-o, como outras gerações fizeram em outros tempos. Culto ao corpo, aos modelos de juventude, beleza, magreza, consumo, aparências, vale-tudo – não fica pedra sobre pedra nas suas considerações.

Encerro citando outro trecho de sabedoria, entre os tantos que “Em busca do tempo presente” contém: “O homem comum nos ensina mais sobre a morte que os filósofos e pensadores. A melhor vida é vivida em movimentos estabelecidos pelos valores supremos de fazer o bem, criar os filhos, trabalhar para sobreviver e ser feliz na medida do possível. O homem comum precisa ser um gigante para cumprir tudo isso e deixar como memória um patrimônio de caráter. O homem comum, quando morre, não deixa dinheiro, nem herança de ódios. Costuma deixar tristeza, o sentimento de que algo ainda havia a ser feito. Ele se completa, em sua finitude, na memória daqueles que o amaram”.

(Publiquei este textinho na coluna que mantenho na intranet do MDS, onde trabalho)


Clara Arreguy, segunda-feira, agosto 08, 2011. 0 comentário(s).

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Os justos prêmios de Edney

Outra leitura tardia que fiz recentemente foi a do romance Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre (Editora Record), vencedor dos prêmios São Paulo de Literatura e Jabuti, ambos no ano passado. Que prêmios justos! Como é bom o livro!

Mais conhecido por seu trabalho como repórter de televisão, em especial como (ótimo) entrevistador de escritores na Globonews, Silvestre revela uma veia literária muito além do talento jornalístico. Aliás, o domínio romanesco que exibe neste livro nada tem a ver com a capacidade treinada anos e anos como repórter. É resultado de outro talento.

Ambientado em 1961, quando o Brasil vive um momento de inflexão rumo à modernidade, o enredo se passa numa cidade do interior fluminense em que dois amigos, ambos com 12 anos, se unem a um velho comunista, morador de um asilo, para investigar, por conta própria, o assassinato de uma mulher cujo corpo eles encontraram num lugar ermo.

A mulher do dentista foi barbaramente trucidada, mas a curiosidade e a simpatia dos garotos e do velho por uma causa com ares de perdida os fazem descobrir uma trama que envolve interesses políticos e econômicos, segredos de Estado e de alcova, exploração, racismo, violência e sedução. Tudo amparado por uma narrativa precisa, fluente, elegante, um romance que pega o leitor e não o deixa mais largar.

Beijus!

Clara Arreguy, domingo, agosto 07, 2011. 0 comentário(s).

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Futebol, uma paixão literária

Não sou só eu que gosto de futebol e escrevo literatura sobre ele. Também a amiga e escritora Terezinha Pereira, de Pará de Minas, revela sua paixão pelo esporte mais amado dos brasileiros em seu A copa do mundo sumiu! (O caso dos sumiços da Taça Jules Rimet) (Virtual Books).

Romance juvenil, acompanha um diálogo entre avó e neta ao longo da Copa do Mundo de 2010, sobre o roubo da taça conquistada pelo Brasil no tricampeonato de 1970.

Enquanto a Seleção de Dunga se dava mal na África do Sul, as duas alternam a torcida nos jogos com uma investigação oral sobre o destino do troféu. Ao mesmo tempo em que revela a atenção e o carinho entre as mulheres de duas gerações, Terezinha nos conta detalhes (pouco conhecidos) da história, com especulações e fatos. E ainda nos informa sobre a história das próprias copas do mundo, do Jules Rimet que deu nome à taça etc.

Boa leitura, divertida, informativa, leve. E Terezinha ainda cultiva o hábito de deixar na rua, para quem se interessar, livros a serem lidos e deixados novamente para os próximos leitores. Ótima iniciativa!

Beijão!

Clara Arreguy, sábado, agosto 06, 2011. 1 comentário(s).

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Policial é sempre bom

Mas quando é bom mesmo, é ainda melhor... Digo isso porque eu, Goia e Clarice estamos sempre trocando figurinhas de literatura policial, e o mais recente que eles me emprestaram foi O enigmista, de Ian Rankin (Companhia das Letras). Que trama envolvente!

O desaparecimento de uma moça rica de Edimburgo é o pretexto para uma investigação que mobiliza toda a polícia da região, a começar de um agente decadente, beberrão, mas de intuição especial. Juntam=se a ele jovens de tendências opostas - de uma que se parece com ele a outros, menos idealistas e mais ambiciosos - e outros colaboradores de várias áreas.

Com narrativa clássica do gênero, o premiado autor escocês brinda o leitor com uma história cheia de reviravoltas e de personagens fascinantes, numa leitura de tirar o fôlego.

E beijos!

Clara Arreguy, sábado, agosto 06, 2011. 0 comentário(s).

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A vida dos povos da floresta

Da fotógrafa Regina Santos, nossa amiga aqui de Brasília, saiu o livro Hevea Brasil (Abecer Editora), com registros sobre os povos da floresta amazônica, com impressionantes imagens humanas, do trabalho e da natureza.

Edição bilíngue, no livro, a extração da borracha é apenas um dos aspectos registrados. Em imagens  ao mesmo tempo delicadas e fortes, Regina Santos fala de fé, de história, de construção da cidadania, numa região marcada pela pobreza, pela exploração e pelo esquecimento por parte do Estado.

Os povos da floresta vivem e se afirmam no trabalho da fotógrafa, para bem do Brasil e de quem ama seu povo e sua natureza.

Beijocas!

Clara Arreguy, sexta-feira, agosto 05, 2011. 0 comentário(s).

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Bons de bola e letras

Do meu colega de trabalho Alex Rodrigues, li o livro resultante de seu trabalho de fim de curso, A mesa é redonda (Editora Universa). Compilação de artigos produzidos a partir da análise de programas voltados para o futebol, o livro trata de vários aspectos de um jogo tão amado do brasileiro.

Tem desde as famigeradas mesas-redondas, em que um punhado de especialistas - muitas vezes, "idiotas esportivos", como costumávamos atacar, lá em casa, os reis da obviedade - até os programas de humor, que fazem da paródia a melhor maneira de rir e comentar o esporte.

Há também análises sobre jargões e chavões ligados ao esporte, que tanto empobrecem a linguagem radiofônica ainda imperante na própria televisão, as frases feitas, as afirmações óbvias, as anedotas ligadas ao tema.

Alex Rodrigues escarafunchou o tema, usou de citações e conceituações teóricas para abalizar suas análises, num trabalho profundo e interessante. Se falta um pouco de revisão ao texto final, isso não impede uma leitura fluente e divertida, já que futebol, mesmo em análise de fundo, só tem graça se permitir a emoção.

Beijins!

Clara Arreguy, sexta-feira, agosto 05, 2011. 2 comentário(s).

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América Latina pouco conhecida

Embora não seja livro histórico, o romance Com esse ódio e esse amor (Editora Global), de Maria José Silveira, também propõe um mergulho num episódio pouco estudado da nossa América Latina, a história de Tupac Amaru e da revolta indígena contra a dominação espanhola no século XVIII.

Para sua recriação histórica, a escritora brasileira mescla dois tempos: no presente, uma engenheira brasileira vai para a Colômbia participar da construção de uma ponte e acaba sequestrada pelas Farc. Antes, porém, ela conhece um cineasta que está escrevendo o roteiro de um filme sobre o grande líder inca, Tupac Amaru, então, junto com Lela, começamos a ler o que ele prepara.

As duas narrativas se cruzam o tempo todo, com a autora construindo belas personagens, densas e cheias de nuances, como deve ser num bom romance, de escrita envolvente e profunda. Uma leitura enriquecedora em vários sentidos, sendo os principais o da emoção e o da solidariedade.

Beijos, pois!

Clara Arreguy, quinta-feira, agosto 04, 2011. 1 comentário(s).

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Foram me chamar, eu estou aqui, o que é que há

Pensei que tivesse ficado dois meses fora do blog e acabo de ver que fiquei quatro. Se alguém sentiu falta, esse alguém fui eu. Motivos não faltaram: lançamento de livro, férias, viagem, cansaço. Agora estou de volta, e com uma pilha de livros e filmes pra comentar com vocês.

Uma palinha para terem uma ideia: Laurentino Gomes, Maria José Silveira, Ian Rankin, Alex Rodrigues, Regina Santos, João Paulo Cunha, Edney Silvestre...

Pela ordem, vou falar primeiro da leitura dos dois livros históricos do jornalista Laurentino Gomes, o 1808 e o 1822 (Nova Fronteira). Embora não sejam lançamentos nem novos, acho legal comentar como os trabalhos jornalísticos têm cumprido importante papel na popularização da nossa história.

Da minha parte, tive muitas lacunas no meu tempo de estudo e só depois de adulta - e põe adulto nisso - tomei gosto por conhecer mais a fundo a História do Brasil e mesmo de outros lugares e tempos. Hoje adoro. Mas livros de estudo, propriamente, ainda assustam, então os tópicos que recebem o tratamento mais ligeiro de jornalistas acabam dando ao leitor acesso mais fácil a assuntos que nem sempre ele domina.

No caso dos dois livros de Laurentino, ele consegue abrir portas para que o leitor comum entenda com maior clareza as raízes históricas do nosso país, da nossa classe dominante, que faz a política tal como a conhecemos, da elite política e econômica que vem perpetuando a configuração de um Brasil em que, por mais que pasmemos, a escravidão, por exemplo, se eterniza na banalização da exploração do trabalho doméstico...

Aos poucos vou me atualizando. Beijos! Voltei!

Clara Arreguy, quinta-feira, agosto 04, 2011. 2 comentário(s).

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