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Encontro no Brasil

Foto: Divulgação/Culturascópio

Só agora li o romance Eternidade e desejo, da portuguesa Inês Pedrosa, lançado em 2007. Nele, pela primeira vez, a premiada autora ambienta uma história sua no Brasil. A narradora é uma intelectual portuguesa que ficou cega num evento trágico, quando se interpôs à bala que matou o brasileiro por quem ela se apaixonara, e que morreu naquele momento. Admiradora da obra do Padre Antônio Vieira, Clara se encantou por um professor ligado ao autor dos Sermões e veio para o Brasil atrás dele. Tempos depois do assassinato dele e de sua cegueira, ela volta ao nosso país com um amigo, apaixonado por ela, e tenta se desvendar através da Bahia, de Vieira, dos sons e cheiros (já que as imagens lhe são vetadas) do país que a remidirá. Aqui se reencontra no amor por um baiano (homenagem a Caetano Veloso, por quem Inês Pedrosa nutre outra paixão) e na relação com outra Clara, a viúva do professor que desencadeou toda a história.
Interessante a colocação das diferenças culturais, a tentativa de evitar uma folclorização (às vezes inevitável) da religião afro, a louvação de um Brasil plural e rico de emoções como o Portugal da autora já não é tanto.

Beijos!

Clara Arreguy, domingo, setembro 27, 2009. 1 comentário(s).

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Paralelas

Foto: Google


Não é muito a cara daqueles textos do Paul Auster no Caderno vermelho que tanto Belchior quanto Vanusa tenham voltado à mídia concomitantemente? Ele, após suposto sumiço, que mais parece lobby dos credores bancado pelo Fantástico e a equipe da Globo, que aproveitou para criar uma seção de Por Onde Anda. Ela, no constrangedor episódio da pala no Hino Nacional, algo tão triste que só rindo (para citar a Inês Pedrosa citando Padre Antônio Vieira).

Pois é, para quem não se lembra, Vanusa, quando ainda sofria a separação de Antônio Marcos (Toninho on the rocks e O homem de Nazaré, para maiores de 40), gravou o jovem Belchior em Paralelas ("Sou eu, sou eu, sou eu... No Corcovado, quem abre os braços sou eu!"). E agora, paralelizam novamente...

De saudade do menestrel cearense, pus pra tocar o CD que ele fez com o violonista mineiro Gilvan de Oliveira, em parceria com gente do PT e gravado ao vivo em BH. Coletânea de maravilhas da criação de Belchior, com faixas antigonas ao lado de outras mais novas e arranjos tocantes do instrumentista fera - lindo, lindo.

Clara Arreguy, terça-feira, setembro 22, 2009. 0 comentário(s).

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No mundo da blogosfera

Foto: Nobel Foundation

Com mais de 80 anos de idade e a cabeça sempre jovem e aberta ao novo, o escritor português José Saramago comprova que enquanto há vida há presente e futuro. Seu blog O Caderno, que manteve durante mais de um ano no ar, acaba de ser interrompido para que ele se dedique à criação de novo romance, mas antes disso, virou o livro de mesmo nome. Para gáudio dos leitores do prêmio Nobel de literatura, já que, em forma de pequenos textos, ele reúne ali notas, pensamentos, comentários de interesse geral. A política internacional é o tema predominante, com questões como a do Oriente Médio, porradas em Bush e Berlusconi, esperanças em Obama. A religião, as religiões e o Vaticano são alvos de constante crítica. Mas há também comentários literários, relatos da viagem ao Brasil, onde foi lançado no ano passado A viagem do elefante, anotações sobre Chico Buarque e outros autores... Saramago, com suas posições firmes de esquerda, seu humanismo às vezes furibundo e sua escrita personalíssima aponta sinais num tempo, como o nosso, cheio de trevas e (algumas) luzes no fim do túnel.

Beijocas!

Clara Arreguy, sábado, setembro 19, 2009. 0 comentário(s).

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Pedras que rolam

A crônica da qual falei, que publiquei no Correio Braziliense alguns meses atrás, antes da viagem de férias de bike pelo litoral:


Quem fica parado é poste. Pedras que rolam não criar musgo. Mudar — nem que seja pra pior. Os ditados se sucedem quando se fala em mudança. Todo mundo sabe que qualquer processo de crescimento ou enriquecimento implica em sofrer mutações, sair da comodidade do já conhecido, trincar o cristalizado, deixar o conforto do que é familiar. Mesmo assim, todo mundo sofre quando chega sua vez de quebrar paradigmas.
Brasília, como cidade planejada e construída do quase nada no quase nada, reúne grande número de pessoas que para cá se transferiram e, portanto, saíram de sua terra, dos horizontes aos quais estavam habituados, as vizinhanças, costumes que muitas vezes não é possível levar junto. No entanto, vira a mexe novas e novas mudanças se fazem necessárias, ajustes, procuras e encontros que exigem capacidade de adaptação e maleabilidade.
À beira dos 50 anos, passamos, um grupo de amigos, por isso, ao adotar a bicicleta como exercício — inicialmente para a saúde, em seguida para o lazer, eventualmente como meio de transporte (faltam muitas ciclovias no nosso caminho para ela ser opção de vida, não de morte no trânsito). Mas, fundamentalmente, a magrela (ou camelo, como só aqui em Brasília descobri que se chamava) virou instrumento de prazer. Daí a termos associado às férias.
Sempre tive o mês de férias como período de descanso, reclusão, dolce far niente, adeus às preocupações e a qualquer ocupação. Agora, em lua de mel com minha bike, parto para um desafio diferente, de encarar 1.200km em 20 dias, média de 60km por dia. Ao meu lado, conto com amigos experientes e bravos, em todos os sentidos, que proverão segurança e estímulo para dar conta do desafio.
Com força e com vontade, pé quente, cabeça fria, o friozinho na barriga será o empurrão inicial para enfrentar o que virá, venha o que vier depois de cada curva. Será luta, esforço, trabalho. Será aprendizado, crescimento, ganho. Será sobretudo o novo. Com coragem e alegria. Depois eu conto. Até a volta!

Clara Arreguy, terça-feira, setembro 15, 2009. 0 comentário(s).

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Tempo de mudança

Nos últimos dias tenho andado sumida por um motivo forte: estava de mudança. Mudei de emprego, de endereço, de rotina de vida. Por isso tenho tido menos tempo pra ler e ir ao cinema e a outros programas culturais, o que já já retomo. Estou lendo O caderno, do Saramago, em que ele reúne os posts publicados em seu blog no último ano. Infelizmente ele parou com o blog, mas felizmente porque está se dedicando a novo romance. Alvíssaras! Eu de minha parte também pretendo me dedicar mais à escrita, e este meu blog deverá receber alguma coisa. Logo vou reproduzir aqui uma crônica sobre o tema da mudança, crônica esta que deverá entrar numa coletânea que pretendo publicar no ano que vem.

Beijocas, amigos meus!

Clara Arreguy, segunda-feira, setembro 14, 2009. 1 comentário(s).

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