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O complô

O mestre Will Eisner deixou como legado uma última obra: O complô - A história secreta dos protocolos dos sábios do Sião, que a Cia. das Letras publica como parte das comemorações de seus 20 anos. A revista (ou graphic novel, como é chamado o gênero) usa a linguagem dos quadrinhos para voltar a um assunto que tem gerado polêmica ao longo dos séculos, a fraude em torno de supostos documentos produzidos por lideranças judaicas para "dominar o mundo". Anti-semitas como os nazistas sempre recorreram ao texto falso para denunciar e perseguir os judeus. Eisner, como filho de imigrantes judeus norte-americanos, quis dar sua cota de preocupação com o assunto numa obra que, como tudo que ele fazia, termina por ser genial.
É isso!
Beijos.

Clara Arreguy, segunda-feira, outubro 30, 2006. 0 comentário(s).

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Nem tão ruim

Ausências da semana: meu aniversário, festas em Brasília e BH, por conta da idade nova e das eleições, viagem etc. De volta: o filme Muito gelo e dois dedos d'água não me convenceu como o péssimo que vem sendo chamado. O motivo que me agradou mais que o desagrado pela opção explícita pela comédia pastelão foi o próprio vacilo da direção (Daniel Filho) que, não contente em ficar no riso gratuito, conduz o filme, a certa altura, a uma certa psicologização. Explicando: já que seria cruel demais aquelas duas gatinhas seqüestrarem e torturarem a velha avó, que tal emprestar-lhes motivação? Não deu outra: como Mariana Ximenes é uma atriz diferenciada, com capacidade de conferir conteúdo até a uma porra-louquinha como sua personagem neste filme, um travo amargo de compreensão perpassa o espectador ao final da história. E o resto dá pra esquecer em meia hora.
Beijos!

Clara Arreguy, domingo, outubro 29, 2006. 0 comentário(s).

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De matar de rir

Um autor de quadrinhos que caiu definitivamente no meu gosto e no meu riso é o gaúcho Iotti (sempre eles), com seu impagável Radicci. O volume 6 da revistinha está à venda, com uma série de tiras de Radicci, sua mulher Zenoveva, o filho Guilhermino e o Nono, entre outros personagens. Com sua fala italianada, sua inclinação para a bebida, suas posições antiquadas e sua estranha maneira de amar (!), trata-se de um dos personagens mais engraçados dos cartuns.
Na revista nova, há aventuras deles quando ela resolve malhar, quando o filho decide entrar para o MST, quando vão para a praia, quando o rapaz se muda para Porto Alegre e os pais vão atrás, o que leva Radicci a fumar o cigarrinho de palha esquisito do filho... Hilário, como tudo deles.
Beijocas!

Clara Arreguy, terça-feira, outubro 24, 2006. 0 comentário(s).

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Leitura imprescindível

O livro O operador, do jornalista Lucas Figueiredo, não é só bom como reportagem e texto, mas imprescindível para se entender o que aconteceu no país nos últimos anos. Conta a história de Marcos Valério, o "vilão" do escândalo do mensalão, mas vai fundo em tudo: como foi montado o esquema de caixa 2, captação, lobby, troca de favores etc., inicialmente para o PSDB, depois para o PT.
Quem é aquela figura? O que e como aconteceu? A leitura de O operador é altamente elucidante. E triste, por nos mostrar uma face do PT venal, sem princípios, crente que os fins justificam os meios; e que, felizmente, nem todos pensam assim. Deixa, no fim, muitas perguntas sem resposta: quem opera agora os esquemas dos partidos? Por que nomes como Roriz, João Heraldo, Clésio Andrade e outros, envolvidos até a medula com Marcos Valério e seus esquemas, saíram ilesos das denúncias?
Até quando?
Beijos meus

Clara Arreguy, segunda-feira, outubro 23, 2006. 0 comentário(s).

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Amor e opressão

Terminei afinal de ler o novo romance de Mario Vargas Llosa, Travessuras da menina má. O escritor peruano é daquele tipo de ídolo que a gente, quando consegue abstrair as posições políticas na vida real, pode curtir com mais desenvoltura. Seus livros são sempre bons demais, nunca decepcionam. Neste novo, um homem leva a vida apaixonado por uma mulher que faz dele gato e sapato, seduz e abandona, trai, humilha, e mesmo assim só recebe amor e devoção. Ao longo da vida de Ricardito, ele vive em torno da menina má, de alguns amigos que perde pelo caminho, e faz de pano de fundo a história política de um Peru sempre abalado por ditaduras e golpes.
Uma literatura forte, que discute o amor e a opressão com profundidade, sem abrir mão de contar uma boa história.
Beijos!

Clara Arreguy, sexta-feira, outubro 20, 2006. 0 comentário(s).

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De Palma noir

Gostei do clima noir que Brian De Palma imprimiu a Dália negra, seu novo thriller, inspirado em policial de James Ellroy. Os personagens misteriosos, a trama complicada, as atuações firmes dos principais artistas (Josh Hartnett, Aaron Eckhart, Scarlett Johansson), o ritmo, tudo conspira para um filme que prende a atenção em todo seu decorrer. O único senão fica para a interpretação caricatural de Fiona Shawn, como a mãe da ótima Hillary Swank.
Beijos!

Clara Arreguy, segunda-feira, outubro 16, 2006. 0 comentário(s).

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Grande Marcello

Já entrou em cartaz em Brasília o documentário Marcello, uma vida doce, sobre o grande Marcello Mastroianni. Quase sinônimo do cinema europeu no século 20, o ator trabalhou em centenas de filmes, de todo tipo, fez comédia despretensiosa e filme de arte, foi o preferido de Fellini (de quem protagonizou clássicos como A doce vida e 8 1/2), de Marco Ferreri, de Ettore Scola e tantos outros diretores italianos, fora os de outras nacionalidades. Talentoso, simples, charmoso, carismático, um ídolo sem afetação, Marcello ganha no documentário um perfil completo, com cenas de filmes, depoimentos de cineastas, de atrizes que amou ou com quem contracenou (Sophia Loren, Claudia Cardinale, Virna Lisi) e das filhas Chiara e Barbara. Um bom momento para rever um "divo" do cinema em todos os tempos.
Beijos!

Clara Arreguy, domingo, outubro 15, 2006. 0 comentário(s).

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Gênio completo

Outra matéria que acabo de fazer para o Correio Braziliense é sobre a caixa de discos que está sendo relançada pela Velas com a coleção completa de Noel Rosa. São 14 CDs (sete álbuns duplos) contendo 229 gravações originais e mais algumas homenagens ao compositor, um dos mais populares em toda a história da MPB. Sambas críticos, irônicos, líricos, canções apaixonadas, Conversa de botequim, Palpite infeliz, Com que roupa, Feitio de oração, Último desejo - a obra de Noel vem em interpretações dele próprio e de grandes vozes do século 20, como Francisco Alves, Sílvio Caldas, Mário Reis, Orlando Silva, Aracy de Almeida, Marília Baptista etc.
Beijocas!

Clara Arreguy, sábado, outubro 14, 2006. 0 comentário(s).

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Um belo texto

Um belo texto, mas não só. Uma encenação primorosa, atores de peso, consistentes, experientes. A peça Outono e inverno, do sueco Lars Norén, iniciou temporada em Brasília. Tem direção de Eduardo Tolentino de Araújo, um mestre formado no Grupo Tapa, que dirige, e no elenco quatro gigantes: Laura Cardoso, Sérgio Britto, Denise Weinberg e Emilia Rey. Em cena, os quatro se digladiam como uma família (pais e filhas) com os rancores à flor da emoção - ainda que sob a contenção usual dos nórdicos. Profundo, forte, inquietante.
Beijos
Clara

Clara Arreguy, sexta-feira, outubro 13, 2006. 0 comentário(s).

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Cinco Pessoas

Fiz hoje uma matéria para o Correio Braziliense sobre cinco lançamentos recentes de Fernando Pessoa: Aforismos e afins (frases de efeito e tiradas do poeta), Quando fui outro (seleção feita por Luiz Ruffato de poemas, cartas e textos em prosa de Pessoa), Escritos autobiográficos, automáticos e de reflexão pessoal (espécie de diário com notas, textos curtos, inacabados etc.), A educação do estóico (assinado por seu heterônimo Barão de Teive) e O banqueiro anarquista (único conto dele publicado em vida). Artista de múltiplas feições, visíveis em seus heterônimos, Fernando Pessoa é um dos poetas mais populares entre os leitores e todos esses lançamentos permitem um bom mergulho em sua obra e personalidade.
Beijins!

Clara Arreguy, sábado, outubro 07, 2006. 0 comentário(s).

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Um belo romance

Pelo fundo da agulha completa a trilogia de Antônio Torres sobre um personagem, Totonhim, saído da Junco natal (interior do Bahia, como o autor) para ir para São Paulo. Lá, ele faz carreira no Banco do Brasil, casa-se, vive amizades, fracassos, sustos e saudades, até se aposentar. O romance encontra Totonhim no primeiro dia do resto de sua vida, perplexo diante dos sonhos e pesadelos que o levam de volta, no tempo e no espaço, a histórias de suicídio e reconstrução. Mais um belo romance do escritor baiano, com a marca de uma literatura ao mesmo tempo densa e suave.

Beijocas!

Clara Arreguy, quinta-feira, outubro 05, 2006. 0 comentário(s).

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Excesso de qualidade

Perdoem-me, meus leitores, tanta ausência. Desta vez foi um somatório de coisas: viagem, eleição, seminário, muito trabalho. Aconteceu também o seguinte: alguns dos meus autores prediletos lançaram livros simultâneos, que me obrigam a lê-los com máxima voracidade. Consegui terminar o novo de Antônio Torres, Pelo fundo da agulha (amanhã comento), já estou encaminhada com o do Vargas Llosa (Travessuras da menina má), ainda não pude pegar O operador, de Lucas Figueiredo, nem o Kawabata, nem o Henning Mankel. Aos poucos o farei, me aguardem. E fiquem de olho, porque, mesmo antes de ler, eu recomendo todos eles.
Beijos e até amanhã!

Clara Arreguy, quarta-feira, outubro 04, 2006. 0 comentário(s).

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