2020: fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2019: jan . fev . abr . jun . ago . set . out . nov

2018: jan . fev . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2017: jan . mar . abr . jun . ago . set . nov . dez

2016: jan . fev . mar . abr . jun . jul . out . nov . dez

2015: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2014: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . dez

2013: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2012: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2011: jan . fev . mar . abr . mai . ago . set . out . nov . dez

2010: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2009: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2008: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2007: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2006: fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez






Fernandinha e o universo do teatro

eBook A glória e seu cortejo de horrores

Já tinha lido da Fernanda Torres o surpreendente "Fim", em que ela conta a história da morte de um grupo de velhos amigos (literalmente, a morte de cada um deles) de uma forma tão interessante que houve más línguas a duvidar da sua autoria. Maldades e injustiças à parte, volta agora a atriz com novo romance, novamente com incrível domínio narrativo e controle sobre o tema em questão.

"A glória e seu cortejo de horrores" (Companhia das Letras) mergulha de forma profunda no universo do teatro. Claro que, para tal, facilita o fato de a autora ser filha da maior atriz brasileira de todos os tempos (Fernanda Montenegro), de um grande ator e produtor cultural (Fernando Torres), e ela mesma, Fernandinha, um dos grandes nomes da cena nacional e internacional, premiada desde a estreia em festivais pelo mundo.

Fernanda Torres, escritora com todos os méritos, conhece de dentro o universo em questão. E constrói a história de um ator que corre paralela à cultura brasileira da segunda metade do século XX. O protagonista, Mário Cardoso, começou no CPC da UNE, fez teatro engajado nas ligas camponesas, desbundou com a geração "Hair", caminhou na vanguarda, chegou à televisão, foi galã de novela, sucesso de público e crítica, até se aventurar num Shakespeare mal-sucedido que conduz à sua derrocada e aos "horrores" do título (frase lapidar de Fernandona, que Fernandinha aproveitou), dívidas, participação em novela bíblica, anúncio de papel higiênico...

O romance é engraçado e triste, dolorido e cheio de história do Brasil, bem escrito, uma delícia de ler sem perder o fôlego.

Ah, by the way, #EuLeioMulheresVivas


Clara Arreguy, quinta-feira, junho 14, 2018.

______________________________________________________