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Ser e não ser em Paul Auster

O novo romance de Paul Auster, Invisível (Companhia das Letras), brinca de esconde-esconde com o leitor, ao oferecer diversas versões de uma história complexa, em que fica difícil saber o que de fato ocorreu. Na verdade, esta é a grande questão para o escritor norte-americano: brincar, jogar com os fatos, despistando, processando a verdade, entremeando o que foi com o que poderia ter sido. Invisível, no fim das contas, é a verdade.
Mais uma vez Auster se vale dos personagens para confundir ainda mais o jogo. Na primeira parte do romance, narrado em primeira pessoa, temos um escritor rememorando o que aconteceu com ele em 1967, numa primavera que teria mudado sua vida, quando ele, o jovem Walker, conheceu um professor francês mais velho, Born. Na segunda parte, entra em cena outro escritor, Jim, amigo de Walker, que recebera dele o manuscrito com a história narrada na primeira parte. Nesta segunda, dá-se o verão dos desejos interditos, do incesto (desejo, sonho, ficção ou realidade?), mas agora a narrativa vai para a segunda pessoa - difícil assumir na primeira pessoa tanta transgressão.
Na terceira parte do romance, Jim fica sabendo da morte de Walker e, tendo acesso aos últimos manuscritos, tenta dar continuidade às memórias do amigo, ao outono que completaria aquela história, quando Walker reencontrou Born em novas desventuras na França. Insatisfeito com o desfecho, Jim resolve investigar e encontra uma das personagens daquele 1967, uma francesinha então com 18 anos, agora cinquentona e dona de um diário capaz de completar as lacunas da história e responder ao menos uma questão.
O quebra-cabeça monta para o leitor um painel humano, político, histórico, cujo principal atrativo, afinal, é mesmo a narrativa de Paul Auster, um dos grandes nomes do romance contemporâneo.

Agora saio de férias, vou pedalar. Nossas aventuras no caminho de Santiago de Compostela, de bicicleta, estarão no blog do Dá Pedal, o http://blogdapedal.blogspot.com , que atualizarei a partir da semana que vem.

Beijins, inté!

Clara Arreguy, quinta-feira, julho 29, 2010.

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Comments:
Ótima resenha e crítica de "O invisível".
 
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