Parece, mas passa longe

Foto: Divulgação
Pense em Michael Douglas saindo da prisão por ter fraudado os negócios, já meio coroa e caidaço, se interessando por moçoilas, com dificuldades no relacionamento com a filha, dando conselhos prum rapazinho e numa pálida amizade com Susan Sarandon. Wall Street 2? 3? Não, O solteirão. Um pastiche do pastiche, pode-se ver. Mas desavisados como eu caem nessa, achando que vão encontrar uma comédia romântica. Longe disso.
O solteirão é uma daquelas produções aparentemente progressistas mas no fundo totalmente moralistas, em que um homem mais velho, incapaz de relações vivas e c0mplexas, dedica-se a seduzir gatinhas. Ok, merece a condenação por isso? Não creio. Infeliz ele será, mas do jeito que o filme coloca, ele ganha condenação eterna a não ter nem sequer a amizade do neto - único vínculo dele com as próprias emoções - enquanto não crescer e amadurecer.
O mercado de trabalho o expulsou, a sociedade o considera um pária, a mulher traída se dedica a lhe fechar todas as portas, a filha o renega. Vingança do mundo contra o personagem do filme anterior. E tudo por quê? Porque ele desconfia de uma doença que poderá matá-lo. Então, dá adeus à ética.
Olha, é muito ruim. Não compensa a perda de tempo. Deixem vovô pegar periguetes e ser babaca o quanto quiser, tadinho!
Beijocas!
Clara Arreguy, terça-feira, novembro 02, 2010.
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