Comédia romântica, mas nem tanto
Ou melhor, não tão comédia. "Um divã para dois", de David Frankel, emociona pela condução das dificuldades de um casal há 31 anos junto, ou seja, há tempo demais. A intimidade perdida, o carinho renunciado, o diálogo calado... Mas, para variar, apenas a mulher se dá conta, e sofre, produzindo a seu modo uma saída para a crise: pedir uma terapia intensiva.
Meryl Streep dar show não é novidade pra ninguém. Tommy Lee Jones, idem. Eles são sutis, contidos, engrraçados e patéticos. Juntos, compõem o casal em desarranjo, com seus momentos cômicos mas, predominantemente, com tristeza pela quase impossibilidade de remendar o que puiu.
A lição do filme, conduzida pelo comdiante Steve Carell, aqui no sóbrio papel do terapeuta, é que sim, é possível resgatar sentimentos esquecidos. Sim, tem saída.
A gente mais chora que ri, mas se consola com a graça de um final redentor.
Clara Arreguy, segunda-feira, agosto 27, 2012.
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