Os gatos de Patricia
Mais do que pelos livros, dois filmaços fizeram famosa em
todo o mundo a escritora norte-americana Patricia Highsmith: “Pacto sinistro”,
de Alfred Hitchcock, e “O talentoso Ripley”, de Anthony Minghella. Fora esses,
no entanto, diversos outros filmes usaram personagens criados por ela.
Comprei baratinho, do selo gaúcho L&PM Pocket, uma edição que, como o nome diz, é de bolso e
reúne diferentes “produtos” de Patricia Highsmith: “Os gatos” contém três
contos, três poemas, um ensaio e sete desenhos assinados pela autora
norte-americana que nasceu no Texas, em 1921, foi criada em Nova York e morreu
na Suíça, em 1995.
Os protagonistas de todas as situações são felinos – tenho
certeza que grande número de colegas do MDS vão se identificar com as
narrativas, por criarem e/ou cultuarem bichanos.
Os contos se enquadram no gênero policial. “Presentinho de
gato”, em tom sombrio, conta a história de um gatinho que encontra e traz pra
dentro de casa um pedaço de mão humana. Seus donos vão investigar a origem
(naturalmente criminosa) do sombrio achado. “A maior presa de Ming” vem narrado
pelo próprio gato que lhe dá nome. Apaixonado por sua dona, ele entra em
confronto com o namorado dela, um homem de maus bofes que não gosta de felinos.
Em “A casa de passarinhos vazia”, o gatinho entra aparentemente como
coadjuvante na caçada a um roedor intruso, mas no fim se percebe que cabe a ele
a ação principal da trama.
Os poemas são mais declarações de amor aos bichanos, assim
como os desenhos. No ensaio “Sobre gatos e estilos de vida”, Patricia Highsmith
explica por fim o que vê nesses personagens principais do livro, comparando o
temperamento deles com o dos cães e contando como conversa com seu gordo
siamês.
Acho que, entre miados e lânguidos bocejos, os colegas vão
apreciar a leitura.
Publicada na intranet do MDS
Clara Arreguy, quinta-feira, outubro 11, 2012.
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