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Biografia, história, arte, tudo junto

Livro que ganhei no amigo oculto da Casa de Autores, grupo de escritores do qual faço parte aqui em Brasília, "A lebre com olhos de âmbar", de Edmund de Waal (Intrínseca, 2011) é um daqueles livros para devorar. Arte, história, biografia, está tudo misturado, em narrativa fluida, surpreendente, cheia de informações e de imagens.

O autor é um ceramista inglês, filho de pastor luterano e neto de holandês e judia. Ao herdar do tio-avô uma coleção de netsuquês (peças em miniatura, esculpidas em laca ou madeira) de mais de 100 anos, decide ir atrás e contar a história das mais de 200 pequenas obras de arte. Nesse processo, descobre que elas foram parar na família por meio de um tio-bisavô, Charles Ephrussi, em meados do século XIX.

Aí a história toma outro rumo: alcança a expansão territorial e financeira de ricas famílias de comerciantes judeus, como os próprios Ephrussi e os Rothschild, por exemplo, que conquistaram a Europa com a venda de grãos e os negócios bancários, entre outros.

Charles era colecionador e entendido em arte. Amigo e mecenas dos primeiros impressionistas. Conviveu e foi amigo de gente como Renoir, Degas, Manet e Monet. Inspirou Proust na criação de Swann. Aparece em quadros e livros da época. Na onda de japonismo durante aquela Belle Époque na França, adquiriu os netsuquês. Mais tarde, os deu de presente de casamento aos bisavós de Waal.

Nesse momento a história se muda de Paris para Viena e ali vai da virada do século XIX para o XX até acompanhar a Primeira e a Segunda Grande Guerra. Se ao longo de toda a trajetória dos Ephrussi o antissemitismo era comum, com a ascensão do nazismo os antepassados do autor enfrentam perseguição, esbulho, prisão, o Holocausto.

A maneira como os netsuquês "sobrevivem" ao nazismo é comovente, assim como a pesquisa de Waal, que vai a Odessa, Viena, Paris e Tóquio incontáveis vezes, em busca da verdade de cada personagem envolvido, por meio de obras de arte, livros, jornais, documentos e depoimentos. A história é ótima e o livro, uma leitura enriquecedora.

Beijocas e bom fim de semana!

Clara Arreguy, sexta-feira, janeiro 18, 2013.

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