2020: fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2019: jan . fev . abr . jun . ago . set . out . nov

2018: jan . fev . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2017: jan . mar . abr . jun . ago . set . nov . dez

2016: jan . fev . mar . abr . jun . jul . out . nov . dez

2015: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2014: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . dez

2013: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2012: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2011: jan . fev . mar . abr . mai . ago . set . out . nov . dez

2010: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2009: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2008: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2007: jan . fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez

2006: fev . mar . abr . mai . jun . jul . ago . set . out . nov . dez






Memórias vividas e inventadas

De Maurício Lara, já havia lido "Com Todas as Letras", sobre o câncer que ele venceu e que lhe pesou, como doença e como estigma, durante uma época de sua vida. Jornalista e escritor mineiro, como eu, da minha geração, Maurício escreve bem e facilmente, então abracei com alegria seu novo lançamento, "Rua dos Expedicionários, 14" (Ramalhete). E descobri mais um ponto em comum entre nossos trabalhos: ele parte da realidade vivida pra compor sua ficção, misturando tudo no liquidificador da literatura.

O endereço que dá nome ao livro foi de fato o da casa onde sua família morou, em Esmeraldas, pertinho de BH, lugar mítico onde ele nasceu e de onde saiu novo para a capital. No romance, Maurício faz da casa o epicentro dos principais acontecimentos que agitavam a pacata cidade, com suas fases de casa de família, pensão, bordel e até cadeia.

O fio condutor é dado por um protagonista historiador, que compra a casa para reviver memórias da infância e, ao abrir um baú vazio, vê saírem dele, e o envolverem, histórias e mais histórias sobre o que teria acontecido por ali ao longo de décadas. A prostituta religiosa, o carcereiro compassivo, o padre intolerante, o ladrão orgulhoso, e um rol enorme de personagens interessantes, tocantes.

Enquanto desfia as histórias do endereço, o leitor passeia pela cidade, por qualquer cidade pequena de sua infância, com os sonhos e as repressões que todas enfeixam. E se emociona com a bela tessitura feita por um escritor que domina sua narrativa.

Beijos!

Clara Arreguy, sexta-feira, junho 19, 2015.

______________________________________________________