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Novela da vida real

Como jornalista, que sempre fui, adoro livros de reportagem. Por isso, devorei "O Caso Pedrinho" (Geração), de Renato Alves. Além de mineiros, fomos colegas no Correio Braziliense, Renato e eu, no tempo que passei por lá. Acompanhava suas qualidades de repórter, por isso não me surpreendi com sua desenvoltura ao narrar a terrível história do menino roubado dos braços da mãe numa maternidade de Brasília e criado como filho pela sequestradora.

O que surpreende, na leitura de todo o caso, são os infindáveis recursos daquela mulher, a criminosa que não apenas roubou Pedrinho, como antes dele outra criança, uma menina que também criou como se fosse filha biológica. Sempre no intuito de enganar os supostos pais e auferir vantagens financeiras.

Mais que surpreender, no entanto, escandaliza o tratamento complacente que dedica a ela a Justiça, ao lhe conceder benefícios reservados a presos com bom comportamento. A ela, que trafica influência, promove confusão, escarnece das regras e das autoridades, foge, não volta, descumpre... Parece até que o sistema quer se livrar dela, devolvê-la à sociedade, já que não dá conta dela sob sua custódia... E, no retorno à liberdade, ela se vê livre de novo para cometer outros crimes, com a conhecida criatividade.

A saga de Pedrinho e seus pais biológicos, que durante 16 anos o procuraram e lutaram para tê-lo de volta, fica pequena perto da história protagonizada pela sequestradora. Renato Alves disseca essa história, com muita informação, emoção, dados e lembranças de episódios vividos pessoalmente por ele durante a cobertura do caso, em mais de dez anos.

Um livro a se devorar, como a boa reportagem que é.

Beijus!

Clara Arreguy, quarta-feira, agosto 26, 2015.

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